A previsão de crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) de 2% em 2019 significa uma ligeira revisão em baixa, uma vez que em outubro passado os economistas da Católica previam que em 2019 o crescimento fosse de 2,1%.
Já para o quarto trimestre, os economistas da Católica preveem que a economia portuguesa tenha crescido 1,9% em relação ao mesmo trimestre de 2018 (variação homóloga) e 0,5% face ao trimestre anterior (variação em cadeia), segundo a folha de conjuntura hoje divulgada.
No terceiro trimestre, segundo dados oficiais do Instituto Nacional de Estatística (INE), o PIB subiu 1,9% face ao mesmo trimestre de 2018 e 0,3% face ao trimestre anterior.
De acordo com a folha de conjuntura, "a generalidade dos indicadores de alta frequência aponta no sentido da estabilização do crescimento homólogo, o que é compatível com uma ligeira aceleração em cadeia" no quarto trimestre.
Quanto às previsões para 2020, o NECEP mantém a previsão de crescimento do PIB de 1,9%, apesar das incertezas várias que persistem, como a evolução da economia da zona euro. Para o total da zona euro, o NECEP estima um crescimento do PIB de 1,2% em 2020.
Já para 2021 a perspetiva de crescimento é de 1,7% e para 2022 de 1,6%, antecipando assim que se mantenha a recuperação, mas a um ritmo mais lento.
Sobre a taxa de desemprego, a estimativa é que tenha ficado em 6,7% entre outubro e dezembro de 2019 (acima dos 6,1% do trimestre entre julho e setembro), o que atribuem a "resultado de efeitos sazonais, com os indicadores disponíveis a sinalizarem ausência de evolução em termos homólogos".
No conjunto do ano a taxa de desemprego terá sido de 6,5%, abaixo dos 7% de 2018.
Ainda no quarto trimestre de 2019, o investimento terá crescido 7,7%, o que considera o NECEP "um bom registo, mas insuficiente para sustentar a continuação da recuperação do PIB claramente acima dos 2% ao ano".
Por fim, estima que no quarto trimestre as exportações terão crescido 2,5%, abaixo das importações, mas sem pôr em causa o equilíbrio das contas externas, enquanto o consumo privado ficou nos 2,3%.
Sobre a perspetiva do Governo de excedente orçamental de 0,2% do PIB este ano, o NECEP considera essa meta "simbólica e histórica", mas avisa que "uma primeira leitura [à proposta orçamental] não permite identificar as medidas que suportam a melhoria do saldo em 0,3 pontos percentuais do PIB".