"A questão do risco na África é exagerada. O risco de prejuízo é menor do que na América Latina. No entanto, os fundos não estão a ser canalizados para a África. Há oito bilhões de dólares (7,2 bilhões de euros) em ativos sob gestão em Londres, mas apenas 1% é investido na África", lamentou, durante a primeira Cimeira de Investimento Reino Unido-África.
O presidente do Banco Africano de Desenvolvimento instou os investidores britânicos a olharem para a África, onde o Reino Unido pretende aumentar os interesses económicos.
Segundo o Governo britânico, foram assinados contratos entre empresas britânicas e parceiros africanos durante a cimeira no valor de mais de 6,5 mil milhões de libras (7,6 mil milhões de euros) em setores como infraestruturas, energia, retalho e tecnologia.
O Governo anunciou mais de 1,5 mil milhões de libras (1,8 mil milhões de euros) em projetos e programas de cooperação que poderão criar centenas de milhares de empregos e mobilizar mais de 2,4 mil milhões de libras (2,8 mil milhões de euros) de investimento privado adicional para o continente.
O primeiro-ministro britânico, Boris Johnson, disse hoje no discurso de abertura que quer tornar o Reino Unido o "parceiro de investimento favorito" dos países africanos e urgiu os líderes presentes a aproveitarem as oportunidades oferecidas pelo pós-Brexit.
Para esta primeira Cimeira de Investimento, Boris Johnson conseguiu a participação de 21 dos 54 países africanos, incluindo 16 chefes de Estado - da Costa do Marfim, República Democrática do Congo, Egito, Gana, Guiné, Marrocos, Moçambique, Nigéria, Quénia, Malaui, Mauritânia, Ilhas Maurícias, Ruanda, Senegal, Serra Leoa e Uganda.
O Presidente da República de Angola, João Lourenço, cancelou a participação, tendo enviado em representação o ministro de Estado do Desenvolvimento Económico e Social, Manuel Nunes Júnior.