STAL reivindica aumento de 90 euros para trabalhadores da função pública
O presidente do Sindicato Nacional dos Trabalhadores da Administração Local e Regional (STAL) criticou hoje a proposta do Governo de aumentos salariais, reivindicando um aumento de 90 euros para todos os trabalhadores da função pública.
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"A participação na manifestação nacional de 31 de janeiro, em Lisboa, em conjunto com vários sindicatos da administração pública, é a primeira grande ação de 2020 do STAL, antes da aprovação final do Orçamento do Estado, e tem à cabeça o aumento dos salários, que é o problema maior que temos", disse à agência Lusa José Correia, à margem da cerimónia de tomada de posse dos novos órgãos sociais do STAL.
Duarante a sessão, que decorreu em Abrantes (Santarém) e que assinalou o início de um novo mandato de quatro anos, tomaram posse os 125 membros da Direção Nacional, da Mesa da Assembleia-Geral e do Conselho Fiscal do STAL, sindicato com 44 mil associados e representativo de 124 mil trabalhadores das autarquias locais, como sejam as câmaras municipais, juntas de freguesia, empresas municipais e comunidades intermunicipais.
José Correia lembrou uma década de perda de poder de compra e elencou algumas das prioridades para os próximos anos.
"Vamos entrar no 11.º ano sem atualização de salários e exigimos apenas uma pequena parte do poder de compra perdido nestes 10 anos, sendo esta reivindicação para todos os trabalhadores, independentemente da categoria ou salário, e que passa por um aumento mínimo de 90 euros para cada trabalhador", reiterou José Correia, estimando que a medida possa abranger um universo de cerca de 800 mil trabalhadores.
Segundo o dirigente sindical, a proposta no âmbito do Orçamento do Estado para 2020 apresentada pelo Governo "é absolutamente indigna, desconsidera e trata mal os trabalhadores da administração pública", tendo relembrado a "proposta de 0,3% sem qualquer correspondência com a taxa de inflação".
Contas feitas, notou, "nos salários mais baixos, nomeadamente no salário mínimo de 635 euros, traduz-se [a proposta] em 0,8 cêntimos por dia, 2,40 euros por mês, 30 euros por ano", o que afirmou ser "insultuoso" para os trabalhadores da função pública.
"Tudo aquilo que tem a ver com a melhoria dos rendimentos dos trabalhadores está à cabeça das nossas reivindicações, exigências que não se consubstanciam só no aumento anual dos salários, mas num conjunto de questões que em quatro anos o Governo não resolveu", disse o dirigente sindical, quando questionado sobre as prioridades do STAL.
Nesse sentido, José Correia apontou a necessidade de "regulamentação de um conjunto de suplementos, a revisão da tabela remuneratória única e a atualização do valor do trabalho extraordinário", que, a par da "valorização das condições de trabalho, da recuperação das profissões e valorização das carreiras", integram um conjunto de matérias que "concorrem decisivamente para a questão do aumento do rendimento dos trabalhadores" e para a "recuperação de condições dignas após um período longo de retirada de direitos".
Na cerimónia de tomada de posse da nova equipa de dirigentes nacionais, que se candidatou sob o lema 'Organizar e lutar para avançar - Melhores salários, carreiras valorizadas, serviços públicos de qualidade', marcou presença o secretário-geral da CGTP-IN, Arménio Carlos, que reiterou que as propostas do Governo "não respondem à necessidade da melhoria de salários nem de valorização de carreiras", e o presidente da Câmara de Abrantes, Manuel Jorge Valamatos.
A primeira medida de luta do STAL em 2020 começa com a organização de uma manifestação em Lisboa, em 31 de janeiro, pelas 14:30, com saída do Marquês de Pombal rumo à Assembleia da República, para exigir 90 euros de aumento salarial para todos os trabalhadores.
A Federação de Sindicatos da Administração Pública (Fesap) anunciou na terça-feira uma greve nacional para dia 31 contra a proposta de OE2020 que considera ser "ofensiva" e "inaceitável" por prever aumentos salariais de 0,3%.
O protesto da estrutura afeta à CGTP coincide com o dia da manifestação nacional marcada pela estrutura da CGTP, a Frente Comum, e com a greve de professores convocada pela Federação Nacional dos Professores (Fenprof).
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