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Pesca? "Oportunidades têm diminuído" mas "hipotecar futuro" não é solução

Pescadores estão a manifestar-se esta terça-feira, em frente ao Ministério do Mar, em Lisboa, contra as quotas de pesca da sardinha e do biqueirão.

Pesca? "Oportunidades têm diminuído" mas "hipotecar futuro" não é solução
Notícias ao Minuto

13:03 - 14/01/20 por Notícias Ao Minuto com Lusa

Economia Ricardo Serrão Santos

O ministro do Mar, Ricardo Serrão Santos, esteve esta terça-feira reunido à porta fechada para a imprensa, durante cerca de duas horas, com  dezenas de mestres de embarcações que estão a manifestar-se em frente ao ministério, em Lisboa, contra as quotas de pesca da sardinha e do biqueirão.

Depois da reunião, o governante disse aos jornalistas que não há milagres pois "as oportunidades de pesca têm diminuído", mas admitiu que foi um diálogo "interessante" que passou muito "pela história de vida" destes profissionais.

"A mim não me peçam para hipotecar o futuro. Temos de trabalhar naquilo que é o rendimento das populações de pescado", afirmou o ministro do Mar garantindo que o Governo está a procurar soluções para melhorar as condições de vida dos pescadores.

"Há que reconhecer que há problemas no rendimento nas comunidades de pesca e o Governo está a procurar alternativas que estejam dentro das perspectivas da gestão científica (...). O Governo está a preparar soluções para problemas de endividamento, apoio ao crédito dos pescadores e estivemos também a discutir o problema do reestruturamento da frota", concluiu.

O mestre de embarcação Carlos Braga, também em declarações no final da reunião, criticou que "só se olhe para o lado científico" na definição de quotas pesqueiras e TAC, defendendo que tem de se olhar também para o lado social.

"As empresas também precisam de sobreviver. Não há empresa que consiga funcionar a trabalhar quatro meses e a parar oito", afirmou Carlos Braga, referindo-se ao período em que os pescadores estão proibidos de pescar e alertando que não há trabalhadores interessados em trabalhar tão pouco tempo.

O mestre, que falava em nome de quase uma dezena de associações do setor, cujos representantes se deslocaram ao ministério do Mar, concluiu: "Nós ficamos contentes por nos terem ouvido as nossas preocupações e agora vamos ver, daqui para a frente, se vamos no bom caminho".

Os principais motivos de descontentamento dos pescadores são as quotas de pesca da sardinha e do biqueirão, que impedem as embarcações de continuar a desenvolver a sua normal atividade, e que dizem resultarem de dados científicos que estão "em contradição" com o 'stock' que dizem observar nas águas.

Em dezembro, o Governo, em comunicado, anunciou não estarem "reunidas as condições" para definir as possibilidades de pesca da sardinha para 2020, sublinhando que, em conjunto com Espanha, formalizou a apreciação de uma regra de exploração que seja precaucionária.

Para 2019, os governos estabeleceram, com a Comissão Europeia, um limite de pesca de 10.799 toneladas para os dois países, das quais 7.181 correspondem a Portugal.

No entanto, tendo em conta os resultados do cruzeiro da primavera de 2019, a evolução do recurso, uma abordagem precaucionária na sua exploração e o impacto social da Política Comum de Pescas, foi decidido aumentar em 1.800 toneladas as possibilidades de pesca da sardinha na segunda parte do ano.

No total, a frota portuguesa ficou autorizada a capturar até nove mil toneladas de sardinha.

Em novembro, o Governo anunciou que os pescadores de biqueirão afetados pela interdição à pesca desta espécie deverão receber uma compensação entre os 960 euros e os 1.020 euros.

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