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Compra da Media Capital pela Cofina perto de ser concretizada

A compra da Media Capital está mais perto de ser concretizada, na sequência de um projeto de decisão de "não oposição" ao negócio emitido pela Autoridade da Concorrência, depois de dois acordos anteriores para a venda terem falhado.

Compra da Media Capital pela Cofina perto de ser concretizada
Notícias ao Minuto

13:20 - 22/12/19 por Lusa

Economia Media Capital

Em 10 de dezembro, o Conselho de Administração da Autoridade da Concorrência (AdC) propôs-se "adotar uma decisão de não oposição" à operação de concentração que envolve a compra da Media Capital, dona da TVI, pela Cofina, grupo que detém o Correio da Manhã, entre outros títulos.

Na próxima semana termina o prazo de 10 dias úteis para as audiências sobre a operação, nomeadamente com os terceiros interessados - Impresa, NOS, Vodafone, Meo e Global Notícias -, os quais "se pronunciaram em sentido desfavorável", de acordo com o projeto de decisão da AdC, a que a Lusa teve acesso.

Se não houver qualquer informação nova, o mais provável - e o mercado assim o espera - é que a 'luz verde' para a concretização do negócio aconteça no início do primeiro trimestre de 2020.

Foi em 21 de setembro que a Cofina anunciou que tinha chegado a acordo com a espanhola Prisa para comprar a totalidade das ações que detém na Media Capital, valorizando a empresa ('enterprise value') em 255 milhões de euros (a operação inclui a dívida).

Nos últimos 10 anos, a venda da Media Capital foi um assunto que esteve na ordem do dia, com muita polémica envolvida.

Em julho de 2005, a Prisa torna-se acionista principal da Media Capital, levando na altura o líder do PSD, Marques Mendes, a acusar os governos português e espanhol de cumplicidade no negócio com a empresa espanhola, lembrando a ligação do grupo ao PSOE, com o executivo da altura a negar qualquer envolvimento na matéria.

Em outubro de 2006, a Prisa lança uma oferta pública de aquisição (OPA) sobre a totalidade da dona da TVI e passa a controlar a Media Capital.

Entretanto, no final de 2008, a Prisa atravessa um período de crise financeira e propõe-se a avançar com cortes para enfrentar a dívida e a queda de receitas.

As dificuldades financeiras continuam em 2009 e, no âmbito das medidas para enfrentar a situação, a Prisa anuncia em junho desse ano a intenção de vender 30% da Media Capital, levando na altura a PT (operadora entretanto comprada pela Altice) a manifestar o seu interesse.

O negócio seria inviabilizado pela polémica lançada à volta do assunto, nomeadamente de tentativa política de controlo da TVI.

Em 26 de junho de 2009, o então primeiro-ministro, José Sócrates, anuncia que se vai opor à compra pela PT de parte da Media Capital para que não haja a mínima suspeita de que esse negócio se destina a alterar a linha editorial da TVI. O Estado tinha uma 'golden share' na PT que lhe permitia vetar a operação.

Com a PT fora da 'corrida', as portas ficam abertas para a Cofina e a Ongoing.

Na altura, a dona do Correio da Manhã adiantou que pretendia comprar uma posição de controlo na Media Capital e não estava interessada em ficar apenas com os 30% da empresa.

Entretanto, em setembro de 2009, a Prisa anuncia a venda de 35% da Media Capital à Ongoing, empresa que era acionista da Impresa.

Em janeiro do ano seguinte, a Entidade Reguladora para a Comunicação Social (ERC) 'chumba' a operação, colocando como condição à Ongoing a venda da totalidade da participação na SIC.

Em 30 de março de 2010, sem que a Ongoing tenha vendido a sua participação na Impresa, a Concorrência opõe-se ao negócio, contando já com o parecer vinculativo da ERC, que inviabiliza a operação.

Sete anos depois, a Altice, que comprou em junho de 2015 a PT Portugal por cerca de sete mil milhões de euros, anunciou que tinha chegado a acordo com a espanhola Prisa para a compra da Media Capital por 440 milhões de euros.

Quase um ano após o anúncio do acordo de compra --- e depois de a ERC, na altura liderada por Carlos Magno, não ter chegado a consenso sobre o negócio, apesar de os serviços técnicos da entidade terem dado parecer negativo -, a Autoridade da Concorrência rejeita os compromissos apresentados pela Altice na operação por entender que "não protegem os interesses dos consumidores, nem garantem a concorrência no mercado".

A Prisa anuncia em junho a desistência do negócio, com a dona da Meo a lamentar as decisões dos reguladores portugueses.

Pela segunda vez, a compra da Media Capital falhava. Decorre agora a terceira tentativa e a questão é saber se à terceira será de vez.

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