Anulação de concurso de barcos na Transtejo vai prejudicar utentes
A anulação do concurso público para a aquisição de 10 novos barcos na Transtejo não foi uma surpresa para o Sindicato dos Transportes Fluviais, Costeiros e da Marinha Mercante, mas "vai prejudicar os utentes", lamentou hoje fonte sindical.
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Economia Transtejo
O secretário de Estado da Mobilidade. Eduardo Pinheiro, adiantou ao Jornal de Negócios que o concurso foi anulado devido "à não demonstração pelos concorrentes do cumprimento dos requisitos de capacidade técnica exigidos, estando previsto o lançamento de um novo procedimento no mês de janeiro, mas agora para a compra de barcos 100% elétricos".
Em declarações hoje à Lusa, Carlos Costa, do Sindicato dos Transportes Fluviais, Costeiros e da Marinha Mercante, lamentou a situação.
"Já estávamos à espera da anulação. Temos vindo a receber informações por parte da empresa que apontavam para esse sentido", disse, acrescentando que ao nível do serviço público há, assim, um atraso de toda a programação de no mínimo 12 meses.
Carlos Costa espera que a situação nos transportes fluviais "não piore", lembrando que parte da frota está já bastante envelhecida e é "claramente insuficiente para o número de passageiros que os utiliza".
"Vai demorar muito tempo. Toda a construção arquitetónica e física demora o seu tempo. Um navio é uma coisa complicada e demorada de fazer. Enfim, neste momento não podemos fazer mais nada a não ser aguardar", frisou.
Eduardo Pinheiro adiantou ao Negócios que está previsto que a adjudicação tenha lugar no início do segundo semestre de 2020. Ao contrário do primeiro concurso, este não irá prever uma fase de pré-qualificação de forma a conseguir reduzir-se ao máximo os prazos do concurso.
O concurso foi anulado por decisão do júri do concurso e foi anunciada a abertura de um novo concurso no início do próximo ano, implicando o atraso de 12 meses na chegada dos primeiros barcos, agora apontada para 2022.
Os novos barcos, que se destinam às ligações de Lisboa a Cacilhas, Seixal e Montijo, só vão começar a ser entregues em 2022 (quatro), mas o processo "ficará concluído até 2024, como estava anteriormente previsto", assegurou o secretário de Estado.
O governante esclareceu que "no procedimento anterior estava prevista uma entrega ainda em 2021, mas agora chegarão mais navios em 2022".
Após uma análise técnica realizada pela Transtejo foi concluído que a "solução 100% elétrica é viável para a operação e, por outro lado, que se enquadra no orçamento disponível".
O valor base do novo concurso será equivalente ao que foi lançado em janeiro, de 90 milhões de euros, dos quais 57 milhões são para os navios e 33 milhões para a manutenção durante um período de cinco anos.
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