OE2020 é "expansionista", mas "não aposta na prevenção"
Pedro Amorim, analista da corretora Infinox, considera que o Orçamento do Estado para 2020 é "expansionista", contudo alerta que "não aposta na prevenção" e aponta alguns riscos.
© iStock
Economia OE2020
Apresentado o Orçamento do Estado para 2020 (OE2020) várias são as reações ao documento. O analista Pedro Amorim, da corretora Infinox, vê este Orçamento como sendo expansionista do ponto de vista geral, "com um aumento dos gastos em quase todas as áreas e focada no consumo interno". Ainda assim, salienta que há riscos e que o plano do Governo "não aposta na prevenção", referiu, em declarações ao Notícias ao Minuto.
"Na ótica da competitividade e os fatores externos, devemos ter alguma atenção porque estamos numa altura de arrefecimento económico mundial e países como Portugal só serão afetados de forma negativa na segunda ou terceira instância. O que significa segunda ou terceira instância? Estamos a falar nos efeitos da guerra comercial, Brexit e Aliança Asiática que irão afetar primeiro os grandes países europeus como a Alemanha, França e Espanha, e posteriormente a Europa periférica", referiu Pedro Amorim.
Sobre este ponto, de salientar que o Governo reviu em baixa as estimativas de crescimento para o próximo ano, antecipando agora que a economia portuguesa cresça 1,9%, face aos 2% anteriormente estimados.
Como reagiram os investidores ao OE2020? "O mercado considera que o Executivo não está a ter em conta os riscos exógenos. Desde o anúncio do esboço do Orçamento Geral do Estado os juros a 10 anos das Obrigações do Tesouro aumentaram de 0,2% para 0,35%", adiantou.
Do ponto de vista das finanças pessoais, o analista da corretora Infinox nota que no "IRS existe um ligeiro alívio para as famílias com rendimentos mais baixos, com o objetivo de aumentar ainda mais o consumo interno para aumento das receitas de impostos variáveis", salientou.
Do lado oposto, há um "agravamento de impostos em algumas áreas de consumo, como os automóveis a gasóleo, produtos com mais açúcar, tabaco e um especial sobre o tabaco aquecido, embalagens descartáveis, e uma novidade, imposto do selo agravado no crédito ao consumo", finalizou Pedro Amorim.
Descarregue a nossa App gratuita.
Oitavo ano consecutivo Escolha do Consumidor para Imprensa Online e eleito o produto do ano 2024.
* Estudo da e Netsonda, nov. e dez. 2023 produtodoano- pt.com