Venda de fibra ótica da Meo não teve em conta interesses de cidadãos

O Sindicato dos Trabalhadores do Grupo Altice em Portugal (STPT) considerou hoje que a venda de 49,9% da rede de fibra ótica à Morgan Stanley não salvaguardou os interesses dos trabalhadores nem dos cidadãos, enquanto potenciais clientes.

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Lusa
13/12/2019 15:25 ‧ 13/12/2019 por Lusa

Economia

Meo

"Se nesta estratégia a Comissão Executiva pretender um encaixe financeiro imediato, percebe-se a intenção, embora faltando os motivos. Já a mesma decisão não se entende quando está em causa o interesse e perspetiva do cidadão enquanto potencial cliente", começa por referir o sindicato, num comunicado enviado às redações.

O STPT questionou-se também se esta venda vai trazer mais benefícios para os trabalhadores ou possibilitar a criação de mais "postos de trabalho com qualidade" na Altice Portugal, defendendo que "quanto mais o trabalho se distancia das empresas principais, maior tende a ser a sua precarização".

"Se alguém neste momento bate palmas a esta decisão são empresas concorrentes, que passaram a ter à sua disponibilidade a utilização da rede sem qualquer investimento", acrescentou.

Sabendo que a venda de fibra ótica "está consumada", o STPT lamentou a decisão e apelou para que a Comissão Executiva "reflita" sobre a estratégia para a empresa.

A Altice Europa anunciou hoje que a Meo vendeu 49,99% da rede de fibra ótica à Morgan Stanley, por pelo menos 1,565 mil milhões de euros, um negócio que deverá estar concluído no primeiro semestre de 2020.

Segundo o comunicado da dona da Meo, existem atualmente mais de quatro milhões de casas com fibra ótica da Meo em Portugal.

O negócio, que avalia a empresa em 4,63 mil milhões de euros, prevê um encaixe em 2020 de 1,565 mil milhões de euros, mas a operação pode chegar aos 2,315 mil milhões se a nova empresa tiver um bom desempenho financeiro, encaixando a Altice mais 375 milhões de euros em dezembro de 2021 e outro tanto em dezembro de 2026.

"Estou muito satisfeito com a parceria com a Morgan Stanley Infrastructure Partners", afirmou no comunicado o fundador da Altice Europa, Patrick Drahi, adiantando que "com este negócio, a Altice Europa já garantiu um encaixe superior a 5,7 mil milhões de euros", referindo-se também à venda de torres de comunicação em França e Portugal.

"Esta transação fantástica com os nossos parceiros de longa data da Morgan Stanley Infrastructure Partners vai acelerar a desalavancagem do grupo", acrescentou Patrick Drahi, justificando que o negócio vai "abrir caminho para operações de refinanciamento significativas em 2020, o que vai permitir acelerar o programa de redução de juros da dívida".

 

 

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