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EUA não querem interferir no investimento chinês em Portugal

O secretário de Estado norte-americano, Mike Pompeo, veio a Portugal transmitir o receio sobre a influência da China na Europa, mas não quer dar lições a ninguém, disse hoje à Lusa a porta-voz do Departamento de Estado.

EUA não querem interferir no investimento chinês em Portugal
Notícias ao Minuto

15:50 - 12/12/19 por Lusa

Economia Investimento

Numa entrevista telefónica a partir de Washington, Morgan Ortagus, porta-voz do Departamento de Estado, confirmou à Lusa que um dos motivos da visita de Mike Pompeo a Lisboa, na passada semana, foi o de transmitir as preocupações com a influência que empresas chinesas sob alçada do Partido Comunista Chinês estão a conseguir na Europa.

Contudo, Ortagus disse que o propósito de Mike Pompeo não é "andar a puxar as orelhas" a quem quer que seja, "muito menos a amigos e aliados", sobre esta matéria, mesmo quando percebe que alguns países aliados estão a ser coniventes com a estratégia de investimento chinês, controlada pelo Governo.

Ortagus referia-se ao acordo assinado entre a empresa tecnológica chinesa Huawei e a empresa Altice, que o Governo norte-americano já criticou publicamente, como tem criticado alianças semelhantes que se multiplicam pelos países que se servem da tecnologia com origem na China para desenvolvimento das redes de comunicação 5G.

O Governo norte-americano chegou mesmo a ameaçar boicotar partilha de informações com a Alemanha e com o Reino Unido, se estes países insistissem em permitir a participação em concursos de redes de telecomunicações por parte de empresas que negoceiam com a Huwaei.

"Que fique claro que não andamos por aí a dizer o que os países devem fazer ou não devem fazer", explicou, ainda assim, Morgan Ortagus, que acompanhou Mike Pompeo na sua recente passagem por alguns países europeus, incluindo Portugal, onde se reuniu com o primeiro-ministro, António Costa, e com o ministro dos Negócios Estrangeiros, Augusto Santos Silva.

"O secretário de Estado quis apenas repetir a preocupação com os riscos que se colocam com a importação de tecnologia chinesa em áreas sensíveis como as telecomunicações", concluiu a porta-voz do Departamento de Estado.

Do encontro de Mike Pompeo com Santos Silva, Ortagus prefere destacar o tom de "alinhamento e de união" que existiu entre os dois chefes de diplomacia em vários pontos da conversa, recordando "os antigos laços de amizade" entre os dois países.

Ortagus disse à Lusa que Mike Pompeo agradeceu ao Governo português o empenho no apoio ao autoproclamado Presidente interino da Venezuela, Juan Guaidó, na luta contra o regime de Nicolas Maduro.

"Esses são os valores ocidentais que Portugal e os EUA defendem e sempre defenderam. Os valores democráticos e da transparência que devem regressar à Venezuela", disse a porta-voz do Departamento de Estado norte-americano, referindo-se à partilha de posições sobre a crise naquele país sul-americano.

Morgan Ortagus disse ter tido conhecimento das críticas feitas ao Governo português por alguns partidos da oposição, pelo facto de Portugal ter acolhido, durante a visita de Mike Pompeo a Lisboa, um encontro entre o secretário de Estado e o primeiro-ministro israelita, Benjamin Netanyahu, envolvido e acusado num caso de corrupção.

"Esse encontro foi importante para nós, numa altura em que é importante manifestar o apoio aos nossos aliados israelitas. Ainda esta semana, voltámos a ter um ataque antissemita, no Estado de New Jersey, e temos de combater esse sentimento", explicou Ortagus, não querendo comentar as posições de alguns partidos portugueses em relação a essa reunião.

Finalmente, Ortagus disse que a questão da utilização da base militar nas Lajes, nos Açores, não foi um tema tratado na visita de Mike Pompeo a Lisboa, por ser uma área que está a ser discutida entre o Governo português e o Departamento de Estado.

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