Moçambique. Patrões defendem incentivos fiscais à agricultura
O presidente da Confederação das Associações Económicas (CTA) de Moçambique, maior associação patronal do país, sugeriu hoje que o Governo crie incentivos fiscais para a agricultura, tal como criou para a indústria extrativa.
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Economia Moçambique
"Se o Governo colocou incentivos fiscais para atrair investimentos na indústria extrativa, petróleo e gás, julgamos ser consistente, e até constitucional, fazê-lo para a agricultura que é a base de desenvolvimento nacional. Basta, quanto a nós, vontade política para o efeito", referiu Agostinho Vuma, presidente da CTA, numa sessão de balanço de 2019 e antevisão do próximo ano.
"Continuaremos a defender a redução do IRPC [Imposto sobre Rendimentos de Pessoas Coletivas] para 10% na agricultura. Este é um incentivo muito grande para um setor que ainda precisa de estímulos concretos para crescer", acrescentou.
Noutras áreas e olhando para o próximo ano, Agostinho Vuma deixou mais propostas ao executivo que vai entrar em funções em janeiro - depois de a Frente de Libertação de Moçambique (Frelimo) ter reforçado o poder nas eleições gerais de 15 de outubro.
"A nível da indústria manufatureira, identificámos e discutimos com o Governo formas de minimizar os constrangimentos ao desenvolvimento do setor", com a "adoção de uma tarifa sazonal para a indústria transformadora", bem como com a "redução do IVA e direitos aduaneiros na importação de matérias primas".
"Recordamos que a 31 de dezembro irá expirar a isenção de IVA na importação de matérias-primas para a produção de açúcar, óleos, sabões", entre outros, advogando a CTA "pela sua renovação, dada a sua importância para a manutenção desta indústria, bem como para o tecido social", sublinhou.
O presidente CTA reiterou preocupação sobre "o nível de taxas de juro", continuando a defender que se mantêm "proibitivas para financiar o pequeno e médio negócio, mesmo quando a taxa de referência do banco central indica o contrário".
A taxa de juro de referência do sistema financeiro de Moçambique ('prime rate') está em 18%, sendo que, desde que foi criada, em maio de 2017, nunca subiu e já caiu 9,75 pontos percentuais.
"Analisado o processo de formação das taxas de juros, verificou-se que um dos fatores que influencia o nível atual é o elevado risco de crédito", pelo que a CTA sugere a "implementação efetiva do sistema de informação de crédito alargado, que providencie as devidas classificações de risco, reduzindo a assimetria de informação".
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