Obter um passaporte na Venezuela custa quase 28 meses de salário mínimo

As autoridades venezuelanas aumentaram os preços para obter ou renovar o passaporte, um documento indispensável para poder viajar ao estrangeiro.

Venezuela suspende entrega de divisas e culpa EUA por falta de liquidez

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Lusa
08/12/2019 16:09 ‧ 08/12/2019 por Lusa

Economia

Venezuela

Segundo informação do Serviço Administrativo de Identificação, Migração e Estrangeiros (SAIME), a emissão de um novo passaporte custa 8.364.077,95 bolívares soberanos (179,74 euros), o que equivale a quase 28 meses do salário mínimo integral (com todos os subsídios incluídos), que é de 300 mil bolívares mensais (6,44 euros à taxa de câmbio oficial de hoje).

Por outro lado, os venezuelanos deverão pagar a quantia de 4.158,396 bolívares soberanos (89,36 euros) pela extensão legal do prazo de validade dos passaportes que estão perto de caducar mas que estão em bom estado.

Os preços, divulgados pelo SAIME através do Twitter, têm como referência o petro, a criptomoeda venezuelana que o Governo do Presidente Nicolás Maduro decretou de uso obrigatório.

As novas emissões de passaporte têm o valor de 3,35 petros e as renovações de 1,67.

Os novos preços estão a provocar distintas reações através das redes sociais, com alguns venezuelanos a afirmar que é impossível suportar os custos e a acusar o regime de criar "uma proibição económica de sair do país".

"Um venezuelano tem de estar mais de dois anos sem comer, sem pagar serviços nem efetuar nenhum gasto apenas para aspirar pagar um passaporte [...]. Parece que querem aproveitar-se da necessidade do povo", diz um dos utilizadores do Twitter.

Alguns utilizadores do Twitter queixam-se de que pagaram o passaporte desde 2017 e as autoridades ainda não entregaram o documento.

Em 19 de novembro, o SAIME tinha já aumentado o preço da emissão dos passaportes, que passou de 160.000 bolívares soberanos (na altura, 4,9 euros) para 5.890.270, enquanto a extensão do documento passou de 80.000 para 2.945.486 bolívares, que equivaliam na altura a 90,68 euros.

Pelo menos 3,5 milhões de venezuelanos abandonaram o seu país desde 2015, escapando da crise política, económica e social que afeta a Venezuela, segundo diversos organismos internacionais.

 

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