AdC notificada do fim do controlo da Fidelidade sobre Saudeinveste
A Fundger, gestora de fundos de investimento imobiliário da CGD, informou a Autoridade da Concorrência (AdC) que, em substituição da Fidelidade, vai ser a gestora do fundo Saudeinveste, proprietário de imóveis localizados em várias regiões do país.
© Fidelidade
Economia Concorrência
A notificação à AdC, publicada na página de internet do regulador, acontece ainda no mesmo mês em que aquela autoridade, em 06 de novembro, anunciou o encerramento de uma investigação em curso à compra pela Fidelidade de fundos de investimento, tendo o conselho da AdC declarado extinto o procedimento de análise da operação de concentração.
A operação de concentração, notificada pela Fundger na segunda-feira, consiste na substituição da Fidelidade - Sociedade Gestora de Organismos de Investimento Imobiliário, atual sociedade gestora do Fundo de Investimento Imobiliário Fechado Saudeinveste, pela Fundger - Sociedade Gestora de Fundos de Investimento Imobiliário, "com a assunção da mesma função", segundo o aviso.
A Fundger é integralmente detida pela Caixa Geral de Depósitos e gere atualmente um fundo imobiliário aberto - Fundo de Investimento Imobiliário Fundimo - e fundos de investimento imobiliário fechados, maioritariamente prédios urbanos para arrendamento, compra e venda de comércio, serviços e habitação.
O Saudeinveste é um fundo imobiliário fechado que, juntamente com o IMOFID, é dono de imóveis arrendados a hospitais concorrentes do Hospital da Luz detido pela Fidelidade, como os Lusíadas, o que motivou a investigação da AdC à operação de concentração.
O Conselho da AdC, na altura, explicou que extinguia a análise da operação no pressuposto de que a Fidelidade "se abstém de exercer o controlo sobre o Fundo Saudeinveste, limitando a sua atuação a meros atos de gestão corrente".
A investigação da AdC tinha sido aberta em 05 de julho, analisando a operação de concentração resultante da compra pela Fidelidade do controlo exclusivo dos fundos de investimento imobiliário Saudeinveste e IMOFID, anteriormente geridos por uma sociedade gestora de fundos do grupo Caixa Geral de Depósitos.
A decisão de investigar, justificou na altura a AdC, baseou-se na "dimensão vertical" da operação, tendo em conta que parte dos ativos imobiliários são utilizados em regime de arrendamento, por operadores hospitalares privados concorrentes da Luz Saúde, empresa que integra o grupo Fidelidade, que passou a deter a gestão dos referidos fundos.
"Perante os elementos recolhidos até ao momento, não se pode excluir" que a operação resulte em "entraves significativos à concorrência efetiva no mercado", alegava na altura a Concorrência, identificando a possibilidade de "um encerramento do mercado aos operadores concorrentes da Luz Saúde que dependem daqueles ativos imobiliários".
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