Meteorologia

  • 24 ABRIL 2024
Tempo
14º
MIN 13º MÁX 24º

Setor privado do Líbano inicia hoje greve de 72 horas após protestos

O setor privado do Líbano inicia hoje uma greve nacional de 72 horas, após 43 dias consecutivos de protestos contra a corrupção e a falta de soluções para a grave crise económica que assola o país.

Setor privado do Líbano inicia hoje greve de 72 horas após protestos
Notícias ao Minuto

06:04 - 28/11/19 por Lusa

Economia Líbano

Num comunicado divulgado na segunda-feira, a entidade Órgãos Económicos do Líbano convocou uma greve nacional para os dias 28, 29 e 30 de novembro, que visa pressionar a classe dirigente a cumprir as exigências dos populares.

Ao mesmo tempo, pede a formação de um novo executivo, após a renúncia do primeiro-ministro Saad Hariri em 29 de outubro, pois "a escalada [da contestação popular] não irá descansar até à formação do governo desejado".

As empresas privadas do Líbano temem pelo futuro de milhares de trabalhadores devido ao impacto negativo na economia, provocado pela onda de manifestações e pela falta de solução política.

O país mediterrânico regista um colapso económico agravado pela corrupção do Governo e tornou-se num dos países mais endividados do mundo, com um peso da dívida que representa mais de 150% do produto interno bruto (PIB).

A crise económica foi agravada com o encerramento dos bancos durante três semanas desde o início dos protestos, até à imposição de um limite para a retirada de dólares das contas correntes.

Desencadeadas em 17 de outubro, as manifestações têm sido na sua maioria pacíficas, mas com o arrastar do impasse político os ânimos exaltaram-se.

O Presidente libanês, Michel Aoun, ainda não consultou os partidos para se escolher um novo primeiro-ministro.

Saad Hariri, que apresentou a resignação em resposta às manifestações contra a corrupção, incompetência e a má gestão da elite no poder, anunciou na terça-feira que não se recandidatará à chefia do governo.

Os protestos são parte de um movimento espontâneo que cresceu nas ruas e tem afetado vários setores sociais, provocando o encerramento de estradas, bancos e escolas.

O detonador dos protestos, dos maiores em anos, foi a decisão do governo de impor novos impostos no quadro do seu programa de austeridade, taxando por exemplo as chamadas e mensagens através da rede Whatsapp.

Ainda em 17 de outubro, o ministro das Telecomunicações, Mahmud Choucair, anulou essa decisão, mas a contestação tem continuado, com os manifestantes a recorrerem ao corte de estradas e outras táticas num esforço para pressionar os políticos a darem resposta à sua exigência de um novo governo.

Após 30 anos do fim da guerra civil no país, necessidades básicas como água, eletricidade e acesso universal aos cuidados são escassas e a classe política quase inalterada desde então é considerada corrupta e incompetente.

O frágil equilíbrio de poder no Líbano decorre dos acordos saídos da guerra civil, em que o primeiro-ministro deverá ser um muçulmano sunita, o presidente do parlamento um xiita e o Presidente da República um cristão-maronita.

Recomendados para si

;

Receba as melhores dicas de gestão de dinheiro, poupança e investimentos!

Tudo sobre os grandes negócios, finanças e economia.

Obrigado por ter ativado as notificações de Economia ao Minuto.

É um serviço gratuito, que pode sempre desativar.

Notícias ao Minuto Saber mais sobre notificações do browser

Campo obrigatório