"Nós fechamos o exercício em Portugal [concluído em setembro] com um ano recorde. Ultrapassámos pela primeira vez os sete milhões de passageiros transportados, com 7,2 milhões, que corresponde a um aumento de cerca de 9% o que é extremamente positivo, numa conjuntura difícil em que as infraestruturas no país não dão capacidade para podermos crescer de uma forma mais acentuada", disse o diretor da easyJet para Portugal, José Lopes, aquando da apresentação dos resultados da transportadora aérea.

E prosseguiu: "É interessante notar que conseguimos crescer em todos os aeroportos, nos quatro que operamos no país, fazendo uma aposta para diminuir a sazonalidade e, no caso de Lisboa, que é um aeroporto congestionado, com alguma imaginação".

"Aumentámos o número e tamanho dos aviões operados e no que diz respeito ao inverno, onde ainda existe alguma capacidade remanescente, colocámos mais voos otimizando a nossa operação e melhorando o nosso produto para continuar a crescer", salientou o gestor.

Reportando-se às dificuldades em termos de infraestruturas aeroportuárias, caso do aeroporto Humberto Delgado, em Lisboa, José Lopes disse que "é algo que é urgente".

"Este ano [último exercício] crescemos na casa dos 9%, mas poderíamos estar a crescer como nos últimos anos acima dos 10. Nós tínhamos vindo a crescer acima dos dois dígitos e devido à falta de capacidade de infraestrutura houve um abrandamento. Para o ano que vem vamos continuar a crescer acima da média da easyJet, mas vamos estar a crescer abaixo da fasquia dos 10%", lamentou o responsável.

O gestor disse ainda que a easyJet opera em 66 rotas e que no ano fiscal de 2019 abriu mais cinco "que se juntaram a este portefólio", sendo que a companhia aérea britânica espera "continuar agora", no exercício iniciado em outubro, a crescer e prosseguir "a [sua] história de sucesso" em Portugal que tem tido um "impacto extraordinariamente positivo" para a economia portuguesa.

O lucro da easyJet atingiu os 427 milhões de libras (594 milhões de euros) no ano fiscal de 2019, que terminou em setembro, o que representa uma queda de 2,5% face ao período homólogo, anunciou hoje a companhia 'low cost' em comunicado ao mercado.

O diretor da easyJet para Portugal referiu também que, a partir de hoje, a empresa se tornou na primeira grande companhia aérea do mundo a realizar voos com "um impacte líquido das emissões de carbono [dos seus combustíveis] zero", em toda a sua rede, num investimento inicial avaliado em 25 milhões de libras anual para comprar 8,5 mil milhões de toneladas de créditos de carbono.

A companhia aérea irá continuar a apoiar tecnologias inovadoras, incluindo a criação de aviões híbridos e elétricos, trabalhando em conjunto com outras partes do setor, de maneira a reinventar e descarbonizar a aviação a longo prazo.

José Lopes falou ainda do relançamento do projeto easyJet Holidays que "estava como adormecido" e que visa maximizar uma oportunidade que a companhia tinha e que não estava ainda implementada.

"De um universo de mais de 20 milhões de passageiros que voam connosco regularmente nas rotas mais densas de férias para praia ou 'city break' apenas cerca de 500.000 reservavam os seus hotéis com a easyJet, pelo que vamos desenvolver este segmento de negócio [de agências de viagem]", salientou o gestor.

A easyJet emprega 330 colaboradores e há à medida que for acrescentando novos aviões baseados, aumentará o número de colaboradores, sempre nacionais, além de se traduzir num crescimento a jusante em termos de postos de trabalho.

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