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Angola investe 123,5 milhões de euros para captação de água

O Governo angolano procedeu hoje à consignação das obras de construção de três infraestruturas, no valor de 136 milhões de dólares (123,5 milhões de euros), para mitigar os efeitos da seca na província do Cunene.

Angola investe 123,5 milhões de euros para captação de água
Notícias ao Minuto

18:17 - 15/11/19 por Lusa

Economia Angola

O ministro da Energia e Águas, João Baptista Borges, disse na cerimónia que simbolizou o arranque das obras que é um projeto que vai custar ao Estado dezenas de milhões de dólares e envolver mão-de-obra considerável.

"Quer dizer que vai trazer múltiplos benefícios para a população do Cunene", disse o governante, referindo-se aos projetos de "Transferência do Rio Cunene (Cafu) para a Zona de Shana", da "Barragem 128 (Calucuve)" e canal associado, e da "Barragem 71 (NDúe)" e canal associado.

João Baptista Borges referiu que, quando a obra entrar em execução, serão tirados benefícios, não só diretos, da disponibilidade de água, mas também para o potenciamento da atividade económica e o bem-estar da população, como para a criação de empregos.

O projeto de Transferência do Rio Cunene (Cafu) para a Zona de Shana consiste num sistema de estruturas e meios, que desviam uma quantidade de água limitada do rio Cunene, na localidade de Cafu, bombeando até ao cume da margem esquerda do rio, que será transportada por gravidade para as áreas visadas através de canais a céu aberto.

Este projeto, a cargo da empreiteira Sinohydro, terá dois lotes de execução, e beneficiará aproximadamente 235.000 habitantes e 250.000 cabeças de gado, bem como irá fornecer água para irrigação inicial numa área estimada em 5.000 hectares.

No que se refere ao segundo projeto, envolve a construção de uma barragem de terra com 19 metros de altura e com um volume de armazenamento de 100 milhões de metros cúbicos de água, no montante do rio Cuvelai, na localidade de Calucuve, bem como o transporte de água por gravidade através do curso natural do rio.

Esta infraestrutura, a ser concretizada em dois lotes, vai satisfazer as necessidades domésticas de cerca de 81.000 pessoas, garantir a qualidade de água servida à população, permitir o abeberamento de aproximadamente 182.000 cabeças de gado e fornecer água para a irrigação anual de uma área estimada em 2.600 hectares.

O consórcio Omatapalo e Mota Engil tem a cargo o primeiro lote de construção (projeto e construção da Barragem 128 Calucuve), enquanto a empreiteira CRBC vai executar o segundo lote das obras (projeto e construção do canal adutor associado à Barragem 128 (Calucuve) a partir de Mupa até Ondjiva e 44 chimpacas (pequenos lagos artificiais).

A Barragem 71 (Ndúe) e o seu canal associado visa a construção de uma barragem de terra com 26 metros de altura, com um volume de armazenamento de 145 metros cúbicos de água, no montante do rio Caundo, na localidade de Ndué.

Quando estiver concluída a obra serão beneficiadas cerca de 55.000 pessoas, aproximadamente 60.000 cabeças de gado e uma área irrigada estimada em 9.200 hectares, além de poder tornar-se numa importante fonte de abastecimento de água à província do Cunene.

A Sinohydro e a GHCB são as empreiteiras que procederão à execução da nova infraestrutura.

O governador da província do Cunene, Virgílio Tyova, considerou o evento "histórico, porque assinala o início da resolução definitiva da falta de água para as pessoas, para o gado, para a prática da agricultura".

Virgílio Tyova frisou que estas infraestruturas vão libertar o Cunene e as suas gentes "da dependência absoluta da chuva para ter água", com o "lançamento da primeira pedra para construção da primeira das três barragens, respetivos canais de irrigação e chimpacas", a partir da localidade sobre o rio Cunene.

O Cunene é a província mais afetada pela seca, que dura há mais de um ano, e atinge mais de 1,3 milhões de pessoas, também das províncias de Namibe, Cuando Cubango e Huíla.

O fenómeno da estiagem é apontado como a causa da morte de 10.982 cabeças de gado, das cerca de um 1,2 milhões afetadas, bem como da destruição de 52.119 campos agrícolas nas referidas províncias.

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