Regiões em transição industrial têm de preparar postos de trabalho
A preparação para os trabalhos do futuro e a promoção de um crescimento inclusivo são algumas das recomendações para as regiões em transição industrial, apresentadas hoje pela Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico (OCDE).
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Economia OCDE
A OCDE elaborou um relatório com base num projeto-piloto da Comissão Europeia (CE), designado "Regiões em transição industrial", uma iniciativa lançada em 2017 para ajudar 12 regiões e Estados-membros da União Europeia a realizar a transição industrial e colher os benefícios de uma economia globalizada.
O documento foi apresentado pelo diretor-adjunto do Centro de Empreendedorismo, PME, Cidades e Regiões da OCDE, Joaquim Oliveira Martins, e pelo diretor-geral adjunto da Direção-Geral de Política Regional e Urbana da CE, Normunds Popens, na terceira edição da conferência "Smart Regions", a decorrer em Bruxelas, Bélgica, até sexta-feira.
Joaquim Oliveira Martins defendeu que é necessário preparar os postos de trabalho para o futuro, salientando que "é muito importante perceber as qualificações" de cada região.
O diretor-adjunto do Centro de Empreendedorismo da OCDE destacou também o apoio à inovação e a sua difusão como pontos centrais, e referiu que em algumas regiões "os imigrantes e as mulheres", por exemplo, "não estão a colaborar como deviam".
Joaquim Oliveira Martins apontou ainda outras recomendações de práticas políticas constantes no relatório, como a promoção do espírito empresarial e a participação do setor privado, a transição para uma economia com impacto neutro em termos de clima e promover o crescimento inclusivo, incentivando a "cooperação territorial".
"A globalização afeta as regiões de formas diferentes", realçou igualmente, acrescentando que "é essencial que os líderes locais nesta transição".
Para Joaquim Oliveira Martins, a "descentralização deve ser uma política económica" e a "fragmentação é o pior que pode existir para pôr em prática estas políticas".
Numa nota de imprensa, a CE refere ainda que o relatório e as suas recomendações "serão tidos em conta na preparação do futuro programa da Política de Coesão para 2021-2027, ao abrigo do qual estão disponíveis mais de 90 mil milhões de euros para financiar a investigação, a inovação, a digitalização e o apoio às pequenas e médias empresas".
O comissário europeu para a Política Regional, Johannes Hahn, que ocupa temporariamente o cargo, defendeu, na sua intervenção, ser "necessário mais cooperação inter-regional e investimentos conjuntos", bem como "mais oportunidades para as empresas ampliarem as suas ideias e beneficiarem de uma economia global".
A decorrer em Bruxelas até sexta-feira, a terceira conferência sobre regiões inteligentes, organizada pela Comissão Europeia, tem como mote a transformação das regiões através da especialização inteligente e conta com 500 participantes.
Durante os dois dias do evento, responsáveis europeus e entidades regionais vão apresentar trabalhos e conquistas dos últimos anos, e indicar caminhos para a especialização inteligente enquanto ferramenta de transformação económica para o período 2021-2027.
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