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CGD tem "vontade" de cobrar comissões a bancos e instituições financeiras

A Caixa Geral de Depósitos (CGD) apenas tem "vontade" de cobrar comissões "a bancos e a instituições financeiras" e não cobrará juros negativos nos depósitos "a nenhuma entidade", disse hoje o presidente executivo do banco, Paulo Macedo.

CGD tem "vontade" de cobrar comissões a bancos e instituições financeiras
Notícias ao Minuto

19:36 - 08/11/19 por Lusa

Economia CGD

"A nossa única vontade será de cobrar comissões a bancos e a instituições financeiras", admitiu hoje Paulo Macedo, durante a apresentação de resultados do banco público (lucros de 640,9 milhões de euros), em Lisboa, referindo-se ao tema da cobrança de taxas de juros negativos nos depósitos.

Paulo Macedo esclareceu que "a Caixa não encara cobrar juros negativos a nenhuma entidade", sendo um assunto "fora de questão", uma vez que "a legislação é clara e a Caixa cumpre a legislação".

"Não iremos cobrar comissões nem aos particulares nem às empresas, e não prevemos cobrar às empresas públicas", esclareceu o gestor.

No entanto, Paulo Macedo afirmou que, "se houver uma circulação de afluxo à Caixa de montantes que vêm de outros bancos porque nos outros bancos esses depósitos de multinacionais, por exemplo, é cobrada uma comissão, e portanto vêm para a Caixa apenas para fugir a essa comissão de outro banco, não sendo nossos clientes e não tendo relação connosco, obviamente poderemos vir a equacionar".

"No nosso cenário não está em cima da mesa cobrar comissões a empresas públicas, a empresas, e muito menos a particulares", reiterou o responsável do banco público.

Paulo Macedo lembrou, por outro lado, "os juros negativos que a Caixa paga".

"A Caixa suporta, de juros negativos, até ao fim do ano, com Bilhetes do Tesouro, cerca de 11 milhões de euros, e 7,9 milhões até agora", afirmou, acrescentando que, "relativamente aos depósitos nos bancos centrais por reservas excedentárias, pagou nove milhões até agora, e no ano passado pagou 13 milhões".

E ainda relevou o pagamento em "taxas negativas no mercado monetário interbancário", no valor de três milhões de euros até ao momento, e "ainda mais de meio milhão de euros em taxas negativas de crédito à habitação, ou seja, o ano passado [a Caixa] pagou cerca de 26 milhões de euros negativos, e este ano pagará qualquer coisa próximo disto, claramente acima dos 20, espero eu abaixo dos 26".

Na quinta-feira, na apresentação de resultados do BCP, o presidente executivo do banco, Miguel Maya, desvalorizou o tema e afirmou estar "confiante" de que o supervisor tome "a decisão adequada" acerca da cobrança de juros negativos nos depósitos.

Na semana passada, na apresentação de resultados do BPI, o presidente executivo do banco, Pablo Forero, disse que vai aumentar a comissão que cobra aos depósitos de clientes financeiros e que aguarda resposta do Banco de Portugal ao pedido de autorização para cobrar comissões a grandes empresas multinacionais e empresas públicas.

"Os depósitos de instituições financeiras [outros bancos, seguradoras, fundos de investimento] estão a custar-nos dinheiro e a penalizar a conta de resultados, as instituições financeiras têm acesso a bilhetes do tesouro, 'repo'", disse o gestor espanhol, que justificou a opção dessas entidades por depositar em bancos porque ainda lhes é mais vantajoso do que investir esse dinheiro noutros instrumentos.

Pedro Castro e Almeida, presidente do Santander Totta, também falou na possibilidade de serem cobradas comissões a grandes clientes institucionais e grandes empresas.

"Se os bancos portugueses ficarem inundados de liquidez de multinacionais e de grandes empresas, acho que nessa altura se vai ter de fazer alguma coisa, porque os bancos vão ter de pegar nesse dinheiro e colocar no Banco Central Europeu a menos de 0,5%", o que afetará a rentabilidade das instituições financeiras portuguesas, afirmou o presidente do banco detido pelo grupo espanhol Santander.

Em outubro, numa conferência em Lisboa, o tema da cobrança de juros nos depósitos de grandes clientes foi lançada pelo presidente do BCP, Miguel Maya, e apoiada pelos presidente da CGD e do Novo Banco, Paulo Macedo e António Ramalho, respetivamente.

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