Mulheres ganham menos 149,7 euros. Em quadros superiores diferença cresce
Assinala-se, esta sexta-feira, o Dia Nacional da Igualdade Salarial.
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Economia igualdade salarial
As mulheres continuam a ganhar menos do que os homens. Os números mais recentes do Governo apontam para uma diferença de 14,8%, ou seja, as mulheres ganham menos 149,70 euros do que os homens e a tendência é esta diferença crescer à medida que nos aproximamos de quadros superiores.
Apesar de tudo, o "fosso salarial entre homens e mulheres está a diminuir", de acordo com um comunicado conjunto da ministra do Trabalho, Solidariedade e Segurança Social, Ana Mendes Godinho, e da ministra de Estado e da Presidência, Mariana Vieira da Silva, ao qual o Notícias ao Minuto teve acesso.
A diferença entre os dois géneros já é notória quando observamos estes números. Porém, cresce mais ainda quando se tratam de quadros superiores, uma vez que a disparidade pode chegar aos 617,7 euros.
"Quando desdobramos os números as diferenças são ainda mais notórias. As mulheres com cargos em quadros superiores ganham menos 617,7 euros que os homens e entre pessoas com o ensino superior ganham menos 505,5 euros", pode ler-se no mesmo comunicado.
Na opinião das duas governantes, "as diferenças salariais resultam, em grande medida, dos estereótipos de género e da discriminação das mulheres em várias dimensões". Importa, por este motivo, que o combate a esta desigualdade seja feito através de "políticas públicas integradas e multisetoriais".
CGTP propõe medidas para combater disparidade salarial
Também em comunicado a propósito do dia que se assinala esta sexta-feira, a CGTP considera que "mais do que reconhecer o problema anualmente, o que importa é resolve-lo diariamente" e, por isso, aponta três medidas:
- Aumento de 90 euros aos salários de todos os trabalhadores: "Está provado que o aumento geral dos salários e a progressão do salário mínimo nacional, nos anos mais recentes, contribuíram para reduzir as desigualdades salariais entre homens e mulheres."
- Revogação das normas gravosas da actual legislação do trabalho: "A negociação e a contratação colectiva, bem como a consagração do princípio do tratamento mais favorável para os trabalhadores, são cruciais no combate às discriminações, muitas vezes indirectas, por via da actualização e evolução dos conteúdos funcionais, das categorias e carreiras profissionais."
- Cumprimento dos direitos de maternidade e de paternidade nos locais de trabalho: "A efectivação das garantias e direitos contratuais e legais, a conciliação, a regulamentação dos horários de trabalho e dos prémios (assiduidade, produtividade ou outros), sem penalização das licenças e dispensas de maternidade e de paternidade ou de assistência à família, são garante de um maior equilíbrio na partilha das responsabilidades parentais de homens e mulheres trabalhadoras."
Portuguesas trabalham mais 54 dias para ganhar o mesmo que os homens
Em entrevista à agência Lusa, a propósito do Dia Nacional da Igualdade Salarial, a presidente da Comissão para a Igualdade no Trabalho e no Emprego (CITE) destacou que nos últimos quatro anos Portugal tem evoluído de forma positiva na diminuição das desigualdades salariais entre mulheres e homens.
"Sobretudo porque com a retoma da economia o salário mínimo aumentou e nós sabemos que o maior grupo de pessoas que recebe salário mínimo são mulheres, o que significa naturalmente que a disparidade diminuiu", apontou Joana Gíria.
Outro fator que contribuiu para essa diminuição foi a "desvalorização do salário dos homens durante o período de crise e que ainda não foi totalmente retomada".
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