Aumento do salário mínimo não é "necessariamente" uma má medida
O chairman da SIBS afirmou hoje que o aumento do salário mínimo "não é necessariamente uma má medida" e pode servir de estímulo à reestruturação de empresas, mas tendo em atenção que isso pode causar aumento de desemprego.
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Economia SIBS
Orador convidado no seminário sobre 'Orçamento do Estado 2020 - enquadramento político e económico', organizado pelo Fórum para a Competitividade, Vítor Bento salientou que, em períodos como o atual, em que o desemprego está em níveis baixos, o aumento do salário mínimo nacional (SMN) pode servir de estímulo à reestruturação de empresas, sobretudo das menos produtivas.
Porém, alertou, há que ter em atenção que isso poderá levar a um aumento de desemprego. "Pode haver empresas que terão de sair da produção por não terem condições para pagar salário mais elevados, mas pode criar condições para que surjam outras empresas mais competitivas que acabem, a prazo, por absorver esse emprego", precisou.
Recusando pronunciar-se sobre os valores que o Governo colocou em cima da mesa -- e que apontam para que o SMN aumente dos atuais 600 euros para os 750 euros em 2023 -- o chairman da SIBS salientou que há que ter em conta que "há de facto uma relação entre emprego e salários, que tende a ser negativa", mas que, no longo prazo, pode ser "um incentivo" à reestruturação de algumas empresas.
À margem do seminário, quando questionado sobre o facto de nestes últimos quatro anos a subida do SMN não ter sido acompanhada por um aumento de emprego, Vítor Bento precisou que para a atual conjuntura de taxa de desemprego relativamente baixa tem contribuído em parte a dinâmica do turismo e acentuou ainda que muito do emprego que tem sido criado é contemporâneo de uma tímida subida da produtividade.
E este é "um sinal de perigo a que tem de se estar atento", referiu.
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