"Dennis agiu como devia ter feito", afirmou David Calhoun em declarações ao canal televisivo CNBC, dando a entender que Muilenburg vai manter o cargo.
"Neste momento, ele mantém a nossa confiança", insistiu Calhoun, que elogiou os esforços de Muilenburg para que o 737 MAX volte a ser usado.
Dennis Muilenburg aceitou, no entanto, renunciar ao seu bónus em 2019, na sequência dos acidentes que envolveram aparelhos 737 MAX das companhias Lion Air e Ethiopian Airlines que fizeram 346 mortos, disse o presidente da Boeing.
Em 2018, a remuneração total de Muilenburg atingiu 23,44 milhões de dólares (21,17 milhões de euros).
Muilenburg deixou recentemente as funções de presidente do Conselho de Administração da Boeing ficando apenas como diretor-geral.
David Calhoun rejeitou também que a crise em torno do modelo 737 MAX revele que a Boeing tem uma cultura que a faz dar prioridade à rapidez e rentabilidade em detrimento da segurança, num contexto de forte concorrência com a Airbus.
Dennis Muilenburg foi ouvido na semana passada no Senado e na Câmara dos Representantes e foi alvo de duras críticas pelos dois acidentes aéreos, tendo admitido que a Boeing cometeu "erros" e reconhecido a sua responsabilidade.
As duas audições ocorreram um ano depois do acidente de um avião 737 MAX 8 da companhia aérea indonésia Lion Air, que provocou 189 mortos.
Cinco meses depois, um avião do mesmo modelo da Ethiopian Airlines caiu em circunstâncias semelhantes, causando a morte de 157 pessoas.
Desde então, todos os Boeing 737 MAX 8 foram retirados de circulação a nível mundial.
Uma investigação indonésia concluiu que a queda do voo da Lion Air se deveu a uma combinação de falhas no projeto do aparelho, na formação dos pilotos e na manutenção.