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Governo: Programa económico recebido com ceticismo à Direita e à Esquerda

A oposição, à esquerda e à direita, reagiu hoje com ceticismo e dúvidas à política económica apresentada pelo ministro Pedro Siza Vieira no debate sobre o programa do Governo no parlamento.

Governo: Programa económico recebido com ceticismo à Direita e à Esquerda
Notícias ao Minuto

20:51 - 30/10/19 por Lusa

Economia Parlamento

Pedro Rodrigues, do PSD, terminou a sua intervenção com uma ironia, ao dizer que o executivo minoritário do PS, liderado por António Costa, se arrisca a ficar conhecido como "campeão das promessas digitais", depois de ouvir o ministro de Estado, da Economia e Transição Digital falar sobre a transição digital e os seus efeitos para as empresas e para os cidadãos.

Pedro Siza Vieira teve 11 pedidos de esclarecimento dos deputados, os primeiros do BE, PCP, PAN e PSD, numa altura em que já passavam mais de seis horas e meia sobre o início do debate, na Assembleia da República, em Lisboa.

Pedro Rodrigues até afirmou a concordância do PSD com a necessidade da transição digital na economia em Portugal, mas manifestou dúvidas, por exemplo, na orgânica do Governo, dado que é uma matéria a atravessar "vários ministérios".

E apontou ainda a ironia ou contradição de ouvir falar da transição digital quando os portugueses formam filas, nos "depauperados serviços públicos", para renovar o cartão do cidadão ou a carta de condução.

Pelo Bloco de Esquerda, Isabel Pires apontou a falta de referências, no discurso do ministro, à necessidade de proteger os direitos dos trabalhadores e combater a precariedade numa realidade, a das empresas em transição digital.

Ainda à esquerda, Bruno Dias, do PCP, afirmou a necessidade de defesa dos "setores produtivos" em Portugal, sobre o que não vê grandes medidas no programa do Governo, e de "mais investimento público" nos próximos anos.

E Cristina Rodrigues, do partido Pessoas-Animais-Natureza (PAN), questionou o ministro sobre a necessidade de "repensar" o programa de vistos Gold e a estratégia quanto ao turismo de massas.

O ministro Pedro Siza Vieira até admitiu que se poderá "reequacionar o regime" dos vistos Gold, embora tenha defendido este programa, e que, quanto ao turismo, pode ser necessário ponderar uma estratégia de crescimento para outras zonas, além dos grandes centros de Lisboa e Porto.

Além do mais, se Paulo Rios, do PSD, questionou que Portugal "não é o campeão europeu do crescimento", Siza Vieira contrapôs que é "o quarto país que mais cresceu" na União Europeia nos últimos anos.

Às críticas da deputada bloquista Isabel Pires, Pedro Siza Vieira admitiu que há hoje uma tendência para "uma uberização" nas relações de trabalho e defendeu uma maior fiscalização deste fenómeno ao nível laboral.

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