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Argentina enfrenta uma corrida cambial na véspera das eleições de domingo

A procura incessante de dólares por parte de empresas e particulares, receosos de novas medidas restritivas, levaram hoje a moeda argentina a um novo mínimo histórico face ao dólar na véspera das eleições gerais.

Argentina enfrenta uma corrida cambial na véspera das eleições de domingo
Notícias ao Minuto

06:55 - 26/10/19 por Lusa

Economia Divisas

Horas antes das eleições gerais que apontam paras uma vitória do candidato da ex-presidente Cristina Kirchner, Alberto Fernández, empresas ordenaram uma forte compra de dólares, enquanto particulares retiraram depósitos, numa operação diária com um recorde de 1,152 milhões de dólares (cerca de 1,040 milhões de euros).

Assim, a moeda norte-americana desvalorizou-se 2,62% num único dia no câmbio oficial, atingindo 65 pesos por dólar. No mercado paralelo a que muitos recorrem para fintar os controlos cambiais, a desvalorização do peso argentino foi ainda maior: 8,24%, elevando a 75,50 pesos por dólar.

Para tentar conter a desvalorização, o Banco Central argentino vendeu 220 milhões de dólares das suas reservas.

O mercado teme que a partir de segunda-feira, já com o resultado das eleições, o governo endureça as medidas de restrição cambial que impede empresas de comprarem dólares para a sua tesouraria e particulares de comprarem mais de 10 mil dólares por mês.

O candidato favorito para ganhar as eleições, Alberto Fernández, advertiu o governo do presidente Mauricio Macri que deveria preservar as reservas do Banco Central e o valor do dólar.

"As duas coisas juntas são impossíveis: ou se contém a subida do dólar gastando as reservas do Banco Central ou se preservam as reservas, deixando o dólar encontrar o seu valor livremente. O mercado interpretou que só com um endurecimento das medidas de restrição de compra seria possível conter o aumento do dólar sem gastar as reservas", explica o economista Martín Tetaz.

As medidas iniciais de restrição foram tomadas em setembro como ação preventiva para interromper uma forte e constante queda de reservas do Banco Central a partir da fuga massiva de capitais e de levantamentos bancários.

O Presidente argentino, Mauricio Macri, candidato à reeleição, é a favor de uma economia aberta e de reformas estruturais. Já o chamado 'kirchnerismo' de Alberto Fernández representa uma economia protecionista, de forte intervenção do Estado.

Nas eleições primárias de 11 de agosto, Alberto Fernández surpreendeu com uma vitória 16 pontos percentuais acima de Mauricio Macri.

A diferença é considerada irreversível pelos analistas. Desde o dia 12 de agosto, os mercados passaram a considerar a vitória de Fernández no próximo domingo, impondo ao peso argentino uma forte desvalorização. De 46,55 pesos por dólar em 9 de agosto aos atuais 65 pesos, ocorreu uma desvalorização de cerca de 40%.

"Em apenas uma semana, os mercados colocaram a economia argentina no mesmo nível de 2009, quando a ex-presidente Cristina Kirchner governava o país. Os mercados antecipam-se sempre ao que interpretam que acontecerá", analisa o economista Fausto Spotorno.

Entre 12 de agosto e 21 de outubro, o Banco Central perdeu 21.051 milhões de dólares das suas reservas que totalizam agora 45.258 milhões de dólares. No mesmo período, os depósitos privados em dólares caíram 36,4%, saindo do sistema 11.841 milhões de dólares. Os atuais 20.658 milhões que ainda continuam nas contas bancárias representam o nível mais baixo desde 2016.

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