FMI realça importância da coordenação global de políticas económicas
O Fundo Monetário Internacional (FMI) apelou hoje, no Relatório de Estabilidade Financeira Global, à coordenação em termos de políticas económicas, defendendo a resolução dos conflitos comerciais atuais e advertindo contra o desmantelamento de regulamentos internacionais.
© Reuters
Economia FMI
"A coordenação global de políticas permanece crítica. Há a necessidade de resolver as tensões comerciais, como discutido nas Perspetivas Económicas Mundiais [World Economic Outlook, WEO] de abril de 2019", pode ler-se no sumário do Relatório de Estabilidade Financeira Global do FMI, que tem o título "Mais baixo por mais tempo", numa referência ao crescimento económico mundial.
O mesmo documento recomenda aos decisores políticos que "completem e implementem na totalidade a agenda global de reformas regulatórias, garantindo que não há desmantelamento de padrões regulamentares".
O Conselho Executivo do FMI corrobora as preocupações presentes no sumário, realçando que "nota com preocupação que a economia mundial se depara com riscos negativos".
"As tensões mais notadas e que se intensificam no curto prazo são as comerciais, tecnológicas e geopolíticas, com aumentos associados de incertezas a nível de políticas", pode ler-se no documento, que também refere a preocupação dos diretores com um possível "aperto abrupto das condições financeiras".
A médio prazo, "os riscos negativos permanecem elevados, refletindo mais barreiras comerciais, uma maior acumulação de vulnerabilidades financeiras e as consequências da não-mitigação das alterações climáticas".
"Dados estes riscos, os diretores realçaram a importância de fomentar a cooperação multilateral, com a maioria a considerá-la uma prioridade para atenuar as tensões comerciais, desmantelar os recentes aumentos de tarifas comerciais e resolver os desacordos comerciais cooperativamente", de acordo com o relatório.
O líderes da instituição sediada em Washington salientam que "uma cooperação multilateral mais próxima na política fiscal internacional e reformas financeiras regulatórias globais ajudariam a abordar as vulnerabilidades e expandir os ganhos da integração económica".
Relativamente à política económica acomodatícia implementada em algumas regiões, como no caso da zona euro, os diretores "apoiam" a sua implementação mais vigorosa, "enfatizando a importância continuada de permanecerem dependentes dos dados e de comunicar claramente as decisões de política económica".
Nas economias desenvolvidas, os responsáveis do FMI notam que a política de juros baixos "encorajou a tomada de riscos, incluindo em investidores institucionais, e levou a uma continuada acumulação de vulnerabilidades financeiras", que incluem riscos em empresas financeiras não bancárias, 'fardos' de dívida das empresas e necessidade de financiamento externo.
Relativamente à dívida, os diretores "concordaram largamente que, onde exista espaço orçamental e a dívida seja sustentável, política fiscal de alta qualidade deve ser usada para apoiar a procura agregada onde necessário".
"Assegurar a sustentabilidade da dívida requer a reconstrução de 'almofadas' em países com posições orçamentais relativamente fracas, apesar de o ritmo poder ser calibrado à medida que as condições de mercado permitam evitar fraqueza económica prolongada e dinâmicas deflacionistas", acrescenta o documento.
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