Standard & Poor's melhora perspetiva do rating do BCP para positiva
A agência de notação financeira Standard & Poor's (S&P) melhorou hoje a perspetiva do 'rating' do BCP, de estável para positiva, o que significa que pode subir a avaliação do banco nos próximos 12 a 18 meses.
© Reuters
Economia BCP
A S&P adianta que a perspetiva positiva reflete a possibilidade de uma melhoria no 'rating' nos próximos 12 a 18 meses, "se o BCP continuar a reforçar o seu lucro doméstico sem aumentar o apetite por risco", mantendo as suas vantagens ao nível da eficiência e diversificação de receitas e defendendo, ao mesmo tempo, a sua quota de mercado em Portugal.
"Esta ação no 'rating' reflete a nossa convicção de que o BCP está a melhorar gradualmente a sua rentabilidade doméstica, enquanto avança na limpeza do balanço e preserva uma melhor posição de capital", lê-se no comunicado hoje divulgado.
Na nota, a S&P adianta que manteve o 'rating' de longo prazo do BCP em 'BB', um nível ainda especulativo ('lixo').
A S&P refere que, apesar do abrandamento económico na Europa e do ambiente de baixas taxas de juro, antecipa que os resultados do BCP em Portugal cresçam apoiados pela redução das perdas com crédito malparado.
"Ao mesmo tempo, esperamos que o BCP continue a defender a sua sólida quota de mercado no concentrado sistema bancário português, onde detém quotas de mercado de cerca de 17,5% nos empréstimos e depósitos", adianta a S&P.
A S&P elogia que o BCP continua "mais eficiente que os seus pares domésticos e internacionais, tendo feito uma significativa reestruturação antes de alguns pares em 2011".
A agência de notação financeira refere ainda que, ao contrário dos seus pares nacionais, que estão focados em Portugal, o BCP beneficia da diversificação que decorre das suas operações internacionais.
"Aquelas operações [internacionais], especialmente a Polónia, têm suportado a rentabilidade do grupo nos últimos anos", adianta a S&P.
A agência de notação financeira espera também que o banco continue a melhorar os seus rácios de capital e se mantenha focado na redução do 'stock' de crédito malparado, para alcançar um rácio de cerca de 6% no final de 2020.
Mas a S&P também alerta que pode voltar a descer a perspetiva do 'rating', de positiva para estável, se o BCP se demonstrar "incapaz de melhorar os resultados domésticos, se riscos de litígio na Polónia se manifestarem pior do que o esperado e se as respetivas perdas acabarem por atingir significativamente a posição de capital consolidada do BCP, ou se o banco prosseguir com um crescimento excessivamente agressivo, prejudicando o seu perfil financeiro".
Em 03 de outubro, o Tribunal de Justiça da União Europeia considerou que existem "cláusulas abusivas" nos empréstimos feitos na Polónia em francos suíços, incluindo pelo BCP, admitindo a possibilidade de serem anulados à luz da lei europeia.
Em causa está um pedido de nulidade feito por cidadãos polacos aos tribunais na Polónia e que chegou ao TJUE relativo aos empréstimos em francos suíços por estes contraídos em 2008 na Polónia, nomeadamente créditos à habitação, que levaram a que as dívidas das famílias aumentassem aquando da valorização do franco suíço face à moeda local, o zloty.
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