Expansão do Monte do Pasto pode passar também pela produção de suínos
O presidente da CESL Ásia, que comprou a Monte do Pasto, maior produtora portuguesa de carne de bovino, disse na terça-feira que investiu 37,5 milhões de euros no negócio, cuja expansão pode passar pela produção de suínos.
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"A decisão ainda não está tomada" sobre como será feita a expansão da produção do Monte do Pasto, afirmou hoje António Trindade em declarações aos jornalistas, em Lisboa, à margem da cerimónia de apresentação da plataforma Portugal-Macau.
O grupo CESL Ásia - Investimentos e Serviços, adquiriu o Grupo Monte do Pasto, localizado nos municípios de Cuba e Alvito, no Alentejo, através das suas subsidiárias Focus Platform e Focus Agriculture.
O empresário admitiu que a produção de suínos, além da tradicional produção de bovinos, "é uma possibilidade", notando que a China "consome 60% a 70% de suínos do mundo e está a enfrentar uma peste suína africana muito grave."
António Trindade sublinhou, no entanto, que, podendo este cenário representar "uma oportunidade", tal não significa que se consiga fazer a produção de porcos no Monte do Pasto.
"Há muito para fazer, porque em Portugal não há explorações de suínos de grande tamanho", reconheceu, adiantando que "nos próximos quatro a cinco anos o Monte do Pasto vai gerar pelo menos entre 10 a 15 milhões de investimento".
"Como financiadores, estamos muito satisfeitos pelo facto de estarmos perante uma empresa hoje saudável e muito importante para o ecossistema da região. Porque ela corresponde também a um conjunto, na cadeia de valor, de mais de cem produtores, um importante suporte para o desenvolvimento de todo o gado bovino na região", salientou, por seu lado, o presidente executivo do Novo Banco, entidade financiadora do projeto de reestruturação da dívida e recuperação da Monte do Pasto.
A CESL Ásia integrou a equipa do Monte do Pasto, além de um ativo que compreende 3.700 hectares de terras agrícolas, usadas principalmente como pastagens.
Este ativo, porém, será desenvolvido e valorizado com atividades agrícolas adicionais, aproveitando as suas condições naturais e o acesso à água da barragem do Alqueva, disse a empresa quando divulgou, em comunicado, a compra da Monte do Pasto.
Assim, com o Monte do Pasto, "a CESL Ásia quer desenvolver uma plataforma Portugal-Macau que potencie as produções existentes, permita o lançamento de novas atividades agrícolas e pecuárias sustentáveis e contribua para o desenvolvimento de toda a região do Alentejo e da economia portuguesa", acrescentou, quando divulgou o evento de hoje.
O objetivo da CESL Ásia é ainda intensificar as exportações para os mercados de Macau e China e aproveitar as oportunidades a serem criadas pela plataforma de Macau para a cooperação social e económica entre China, Portugal e os países de língua portuguesa.
De acordo com o plano económico-financeiro delineado, a CESL Ásia prevê, até 2021, aumentar o seu volume de negócios para cerca de 70 milhões de euros, com 550 funcionários, dos quais mais de 100 baseados em Portugal.
"É, sem dúvida, o início de uma nova era no investimento de empresas privadas de Macau em prósperas empresas portuguesas. Cabe, também, ao CESL Asia Group consolidar a estratégia de crescimento e o caminho para a excelência na nossa Plataforma de Macau para financiamento, gestão e pperação de negócios na Grande Baía e nos países de língua portuguesa", disse António Trindade.
Segundo o empresário, "o acordo de cooperação estratégica em vigor entre a filial de Macau do Banco da China e o grupo CESL Ásia reveste-se de extrema importância, tendo o Banco da China demonstrado aceitação entusiástica e apoio firme relativamente à nossa estratégia de plataforma", acrescentou.
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