"É inacreditável que um problema como a ausência de habitação para os jovens e famílias de classe média e média baixa tenha sido abordado com ligeireza", afirmou o presidente da APEMIP, Luís Lima, em comunicado.

Luís Lima admite que foram abordados vários temas durante a campanha, mas a habitação é uma matéria em relação à qual "tem faltado o debate".

"Em campanha eleitoral, os partidos deveriam estar a debater os temas centrais da vida dos portugueses, como é a gravíssima falta de casas para os cidadãos", declarou o representante da entidade.

O presidente da APEMIP não desvaloriza a relevância de todos os temas discutidos, mas acha que foi dado mais destaque "a outros assuntos que não terão decerto a importância que é garantir o direito à habitação".

As eleições legislativas realizam-se no domingo e o presidente da APEMIP sublinha que esperou "quase até ao fim da campanha" para se pronunciar sobre o tema da habitação.

"Pois não queria acreditar que o tema que eu julgava ser um dos assuntos centrais desta campanha, estivesse a ser completamente descurado", afirmou.

Além dos debates, o representante da associação apontou também os problemas que existem no mercado de compra, venda e arrendamento, e na dificuldade dos estudantes em arranjarem casas nos locais onde necessitam.

"Há estudantes das regiões autónomas [dos Açores e da Madeira] colocados em universidades no continente impossibilitados de estudar por não terem condições para pagar quartos a 500 euros", alertou.

Não só os estudantes, mas também professores não conseguem arranjar casa nos locais onde foram colocados devido aos preços exigidos pelo arrendamento, sublinha o presidente da APEMIP.

"Não será este um problema que merece a atenção dos partidos? Eu sei que sou suspeito para falar deste tema e assumo um interesse corporativo", referiu o presidente da entidade.

A APEMIP é uma instituição criada em 2004, sem fins lucrativos e atua principalmente no ramo da mediação imobiliária nacional.

Luís Lima informou ainda que "desde 2017 que alerta para a necessidade de introduzir ativos no mercado" para ajudar a classe média e os jovens, reafirmando que o Estado tem assim "um importante papel a desempenhar".

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