Dados provisórios da AHP indicam um agosto melhor do que 2018
A presidente executiva da Associação da Hotelaria de Portugal (AHP), Cristina Siza Vieira, disse à Lusa que dados provisórios apontam para que agosto tenha sido melhor que em 2018 em todos os indicadores.
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Economia Turismo
"No inquérito AHP 'Perspetivas verão 2019', lançado antes do verão, os hoteleiros admitiam que a taxa de ocupação e a estada média, neste período, seriam idênticas ao ano anterior, mas sublinharam que os preços por quarto ocupado e disponível seriam melhores. Estavam, por isso, bastante otimistas para este período", começa por lembrar a responsável, em respostas escritas, à agência Lusa.
Em termos de destinos turísticos, o Algarve é a região mais procurada neste período e, segundo o estudo da AHP, os hoteleiros esperavam uma taxa de ocupação acima dos 80%.
"Só dispomos dos dados fechados até julho. Neste mês, e falando no Algarve, houve um ligeiro crescimento da taxa de ocupação que ficou nos 83%, no ARR [Preço médio por quarto ocupado] e no RevPar [Preço médio por quarto disponível]. No resto do país, os resultados não foram assim tão bons, tendo sido condicionados pela onda de calor que se fez sentir em toda a Europa e ao correlativo 'mau tempo' em Portugal. No entanto, os dados provisórios que já temos de agosto mostram que será melhor que o do ano de 2018, em todos os indicadores", avança Cristina Siza Vieira à Lusa.
Questionada como é que anteveem o último trimestre do ano, tendo em conta a conjuntura atual, a indefinição do 'Brexit', as falências da companhia aérea Aigle Azur e do operador britânico Thomas Cook, por exemplo, a responsável admite alguma preocupação.
"Estamos, naturalmente, apreensivos. A questão do 'Brexit' está num impasse e as falências das companhias aéreas são questões com que os hoteleiros têm vivido desde há algum tempo. A falência da Thomas Cook, que temos vindo a acompanhar, é preocupante sobretudo para os destinos onde a dependência da 'tour operação' é grande e poderá ter um grande impacto no dia a dia dos hotéis. Consideramos, por isso, prematuro, nesta fase, fazer uma antevisão do último trimestre", afirmou.
Já sobre se continuam a acreditar que 2019 ainda se vai saldar num ano de crescimento para a atividade hoteleira, Cristina Siza Vieira fala em muitas e várias realidades no país.
"Acreditamos que 2019 vai fechar em linha com 2018 em termos de taxa de ocupação, mas vai ser melhor em preço e melhor em receitas. No entanto, há destinos e destinos, temos o caso da Madeira e do Algarve que se estão a ressentir-se bastante com as falências de companhias aéreas e de operadores, bem como com a quebra de turistas britânicos, no caso da Madeira. O país não é uniforme e há muitas realidades diferentes", explicou.
Tal como já tinha referido em julho à Lusa, e à semelhança de outros responsáveis do setor, como o presidente da Confederação do Turismo de Portugal (CTP), Francisco Calheiros, a presidente da AHP tem visto o abrandamento dos níveis de crescimento do setor como naturais.
"Tivemos um crescimento muito forte entre 2016 e 2018. Este ano de 2019 podemos chamar de ano de consolidação, onde já não iremos assistir a um crescimento tão acelerado do setor em termos de taxa de ocupação, que é o indicador que de facto está a registar um abrandamento, mas continuamos a crescer em preço. A desaceleração existe, mas, sobretudo, na taxa de ocupação. E isso acontece porque há mais oferta, hoteleira e não só, e não porque os turistas não venham para Portugal. Aliás, os dados do Turismo de Portugal mostram isso mesmo: até julho crescemos 7% em hóspedes e 4% em dormidas a nível nacional", sublinhou a presidente executiva da AHP.
O setor do alojamento turístico registou 2,8 milhões de hóspedes e 8,2 milhões de dormidas em julho, aumentos de 5,4% e 2,2%, respetivamente, segundo dados do Instituto Nacional de Estatística (INE) divulgados em 16 de setembro.
Em termos acumulados de janeiro a julho de 2019, os hóspedes cresceram 7,2% para 14,953 milhões, enquanto as dormidas aumentaram 4,2% para 38,711 milhões.
Já os proveitos totais aumentaram 6,2%, abaixo do aumento de 11,8% em junho, atingindo 537,8 milhões de euros, enquanto os proveitos de aposento (417,6 milhões de euros) cresceram 5,1%, também abaixo do aumento de 12,7% no mês anterior.
No que diz respeito aos primeiros nove meses do ano, os proveitos totais aumentaram 7,3% para 2.319,9 milhões de euros, enquanto os de aposento subiram 6,9% para 1.727,2 milhões de euros, de acordo com o INE.
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