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Governador do BdP vê a "metamorfose" do tecido produtivo como ameaça

O governador do Banco de Portugal (BdP), Carlos Costa, afirmou hoje que a maior ameaça da economia portuguesa é a "metamorfose" do tecido produtivo em termos organizacionais e não tecnológicos.

Governador do BdP vê a "metamorfose" do tecido produtivo como ameaça
Notícias ao Minuto

23:05 - 23/09/19 por Lusa

Economia Carlos Costa

Durante o seminário 'Qualidade de Gestão, Governação e Produtividade da Economia', na Faculdade de Economia da Universidade do Porto, Carlos Costa declarou que a questão da sustentabilidade das empresas é especialmente relevante para a economia portuguesa, na medida em que o tecido produtivo é muito povoado por empresas familiares em transição para a terceira geração.

Num contexto como este é crucial pensar como conciliar propriedade familiar da empresa e profissionalização da gestão, referiu.

Por esse motivo, o governador do BdP considera que "o grande desafio da economia portuguesa num futuro próximo é o de assegurar que o tecido de pequenas e médias empresas é capaz de dar o salto em termos de escala e em termos de gestão, para garantir que tem uma perenidade maior do que a perenidade do fundador ou dos herdeiros do fundador".

As empresas portuguesas têm um ciclo de vida que, em grande medida, é de três gerações, tendo nesta geração uma taxa de mortalidade muito grande, sublinhou.

O governador do BdP adiantou que as empresas alemãs, a título de exemplo, "são seculares e o que as distingue relativamente às portuguesas é a forma como se organizaram em termos de gestão e de abertura à entrada de novo capital para ganharem escala e acompanharem o mercado".

"Uma empresa que tenha como limites os horizontes do seu fundador ou da respetiva família corre sérios riscos de ser constrangida pelas capacidades de gestão e pelo controlo desse mesmo fundador ou contexto familiar ou ficar adstrita ao produto, processo ou tecnologia de partida", vincou.

Segundo Carlos Costa, "estas condicionantes, por sua vez, limitam a dimensão e a perenidade das empresas, resultando num tecido de empresas relativamente pequenas ou efémeras, o que, inevitavelmente, influencia a produtividade agregada da economia".

Para ultrapassar tais limitações e assegurar a sustentabilidade das empresas é importante que estas consigam ganhar escala, profissionalizar a sua gestão e construir uma organização complexa que responda eficazmente ao mercado e integre a inovação, ressalvou.

Carlos Costa adiantou que a abertura e o crescimento dos capitais próprios da empresa são estratégicos para responder com solidez a estes desafios.

Neste quadro, o governador do BdP falou na importância de desenvolver um modelo padronizado de 'holdings familiares' com um tratamento estatutário e fiscal que permita não só conciliar propriedade familiar e gestão profissional, mas também enquadrar e proteger as aspirações de todas as partes interessadas no sucesso da empresa, abrindo assim caminho ao estabelecimento de modelos de governança mais sólidos.

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