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Hotelaria defende descentralização do turismo em Lisboa

A gestão dos fluxos turísticos, sobretudo na cidade de Lisboa, deve ser assegurada com a descentralização da oferta e a criação de novos polos de atração do turismo, segundo as associações da hotelaria e do alojamento local.

Hotelaria defende descentralização do turismo em Lisboa
Notícias ao Minuto

05:00 - 13/09/19 por Lusa

Economia Lisboa

"Não é uma questão de controlo, de medidas de contenção, de quotas, de proibir, é uma questão de disciplinar, regular, melhorar as acessibilidades e a mobilidade dentro desta grande área metropolitana", afirmou a presidente executiva da Associação da Hotelaria de Portugal (AHP), Cristina Siza Vieira, propondo, assim, uma melhor distribuição da oferta turística pelo território.

No âmbito da criação de novos polos de atração do turismo, uma vez que "Lisboa é uma cidade -- é esse um dos seus encantos -- contida, pequena", a representante do setor da hotelaria defendeu a implementação de "uma bilhética combinada - encontrar mais pretextos para estender a visita para lá daquilo que é o nicho histórico".

"Não são medidas de controlo, são medidas de melhor disciplina no território e no espaço da oferta cultural e patrimonial que existe na área metropolitana", reforçou, apontando o caso de Amesterdão como "uma experiência muito interessante" na integração com outras cidades, para conseguir, por um lado, espalhar o benefício do turismo a outros locais e, por outro, retirar pressão em determinados destinos.

Cristina Siza Vieira disse ainda que a questão do 'boom' do turismo "não é apenas a pressão sobre a habitação", mas a qualidade da experiência turística.

"A certa altura já não é só uma questão de estarmos a sacrificar o uso habitacional, é uma questão de a própria experiência para o turista ser uma experiência já negativa, portanto é mau para o destino, é mau para o turista e a médio prazo não há destino que aguente", declarou a representante do setor da hotelaria, alertando para o fenómeno de 'turismofobia', como se verifica em Barcelona.

Segundo dados da AHP, a cidade de Lisboa é o 'focal point' de toda a região, representando "cerca de 80% dos hóspedes e 84% das dormidas na Área Metropolitana de Lisboa", onde a taxa de crescimento médio anual registou "um grande pico em 2016 e 2017", com o crescimento da oferta a registar uma taxa de 12,5%.

Esta evolução motivou a abertura de 12 hotéis nesta região durante 2018.

Com uma posição semelhante, o presidente da Associação do Alojamento Local em Portugal (ALEP), Eduardo Miranda, considerou que o grande problema é que a reação normal ao crescimento rápido do turismo seja "proibir, suspender, evitar".

"Mas o grande desafio, que é o que se está a tentar fazer no alojamento local, por isso é inovador, é gerir melhor, gerir as zonas onde há mais concentração, porque pouca coisa, muito pouca coisa tem sido feita na gestão", referiu o presidente da ALEP, apresentando a gestão dos fluxos como "uma hipótese interessante".

Como medidas a implementar nesse âmbito, Eduardo Miranda sugeriu "horários para determinadas atrações pré-marcadas onde se distribuiu melhor o fluxo", acrescentando que "é preciso fazer algum investimento, como a descentralização em Lisboa".

"Uma das estratégias da Entidade Regional de Turismo de Lisboa é descentralizar, é levar os turistas também para as outras áreas da própria região de Lisboa e não só em Lisboa", indicou o representante do alojamento local, frisando que "Lisboa como região tem muito mais para oferecer do que a cidade".

De acordo com o presidente da ALEP, mesmo na cidade é preciso criar também outros polos de atração para que os turistas se dispersem mais.

Os dados do Registo Nacional de Estabelecimentos de Alojamento Local, disponibilizados em 10 de setembro, dão conta da existência de 24.208 espaços no distrito de Lisboa, dos quais 18.840 são na capital.

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