No seu relatório sobre a evolução orçamental da Segurança Social e da Caixa Geral e Aposentações no primeiro semestre de 2019, o CFP indica que o excedente registado (retirando o impacto das operações do Fundo Social Europeu e Fundo Europeu de Auxílio às Pessoas Mais Carenciadas) resulta "da evolução favorável da receita, que aumentou 877 milhões de euros face ao mesmo período de 2018, traduzindo maioritariamente a evolução das contribuições e quotizações, das transferências do OE [Orçamento do Estado] e das receitas de IVA social".
O CFP assinala que esta situação financeira da Segurança Social foi alcançada sem ter beneficiado de qualquer transferência extraordinária do Orçamento do Estado, ao contrário do que sucedeu entre 2012 e 2017. Trata-se do segundo ano consecutivo em que tal se verifica.
Do lado das receitas destaca-se o crescimento de 8,6% (mais 681 milhões de euros) das contribuições e quotizações, com o CFP a referir que "a evolução positiva das contribuições reflete a melhoria das condições do mercado de trabalho, as medidas de combate à fraude, o controlo das declarações de remunerações, o aumento da retribuição mínima mensal garantida e as alterações introduzidas no regime dos trabalhadores independentes".
Neste primeiro semestre de 2019, a despesa da Segurança Social, excluindo as despesas com suporte no FSE e FEAC, cresceu 5,1% (ou 560 milhões de euros), valor que se situa abaixo da previsão constante do orçamento da Segurança Social que aponta para um crescimento da despesa de 7,1% em 2019.
As pensões foram atualizadas em janeiro de 2019 sendo que, este ano, este foi também o mês para o aumento extraordinário até 10 e seis euros para as pensões de valor mais baixo, enquanto nos dois anos anteriores esse aumento extra ocorreu em agosto.
segundo o CFP, a despesa com pensões teve um aumento homólogo de 5,2% (337 milhões de euros) sendo que esta evolução "reflete essencialmente a atualização do valor das pensões, uma vez que número médio de pensões apresenta um ligeiro decréscimo (-0,1%)".