Presidente da Fed promete apoiar a economia sem mencionar se baixa juros
Presidente do banco central norte-americano, Jerome Powell, prometeu hoje agir para apoiar a expansão económica dos Estados Unidos, mas sem mencionar um eventual corte nas taxas de juro.
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Economia Estados Unidos
Num discurso na conferência de Jackson Hole, que reúne dirigentes dos principais bancos centrais, Powell disse que, apesar de as perspetivas económicas norte-americanas serem favoráveis, continuam a enfrentar riscos, com um agravamento da situação internacional que se deve, em parte, "à incerteza comercial".
"As perspetivas de crescimento mundial deterioraram-se desde meados do ano passado. A incerteza da política comercial parece estar a contribuir para uma desaceleração mundial e para debilitar o setor de manufatura e o investimento nas empresas nos Estados Unidos", afirmou.
Powell indicou que nos últimos meses surgiram "mais evidências" desse abrandamento global, "especialmente na Alemanha e na China".
O líder da Reserva Federal (Fed) afirmou também que o banco central continua empenhado em apoiar a inflação, que está baixa.
A nível internacional, o líder da Fed mencionou uma longa lista de obstáculos económicos, como "a possibilidade cada vez maior de um 'Brexit' duro", a tensão em Hong Kong e a crise política em Itália.
Citou também a volatilidade nos mercados bolsistas e a queda de rendimentos das obrigações.
A conferência de Jackson Hole, que decorre até sábado, não conta este ano com a participação do presidente do Banco Central Europeu (BCE), Mario Draghi, que termina o seu mandato no final de outubro, mas terá intervenções do governador do Banco de Inglaterra, Mark Carney, e da economista-chefe do Fundo Monetário Internacional, Gita Gonipath, que recentemente questionou a eficácia da política comercial do Presidente norte-americano.
Donald Trump tem atacado sucessivamente o banco central, acusando-o de travar o crescimento económico ao aumentar as taxas de juro "muitas vezes e demasiado depressa".
As críticas de Trump à Fed visam em particular as subidas dos juros decididas em 2018, que levaram a um reforço do dólar, numa altura em que os Estados Unidos estavam já envolvidos numa guerra comercial com a China.
O Presidente, que já está em campanha para um segundo mandato, reclama uma descida de um ponto percentual na principal taxa da Fed para impulsionar a competitividade e o crescimento.
Após o discurso de Powell em Jackson Hole, Trump questionou, numa mensagem na rede social Twitter, se o presidente do banco central não será "um inimigo pior" que o presidente chinês, Xi Jinping.
"Como é habitual, a Fed NADA FEZ", escreveu Trump.
Hoje, a China anunciou a sua intenção de impor novas taxas aduaneiras a produtos importados dos Estados Unidos no valor de 75 mil milhões de dólares, retaliando as tarifas suplementares que Washington prevê instaurar nos próximos meses a produtos chineses.
Trump também indicou no Twitter que vai responder ainda hoje a estas medidas anunciadas pela China.
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