"O presidente do sindicato, Francisco São Bento, vai anunciar hoje em conferência de imprensa marcada para as 13h00 em Aveiras que vai avançar com um pré-aviso de greve ao trabalho suplementar, feriados e fins de semana", disse.
Pedro Pardal Henriques indicou que o presidente do sindicato vai dar mais pormenores sobre a decisão na conferência de imprensa.
Tudo indica que a nova greve produza efeitos a partir de setembro.
Recorde-se que após um esforço do Governo em mediar uma nova tentativa de negociações entre patrões e motoristas, o mesmo revelou-se estéril, não tendo as partes chegado a acordo.
Após as reuniões que tiveram esta terça-feira lugar no Ministério das Infraestrururas, ANTRAM e SNMMP trocaram acusações. O ministro das Infraestruturas, Pedro Nuno Santos, garantiu que o Governo tudo fez para que patrões e sindicatos não fossem para a mesa de negociações com "pré-condições", mas a estrutura que representa os motoristas não aceitou esta condição.
"Tentámos por todas as vias fazer com que as partes deixassem cair as pré-condições. Uma das partes não quis, mas, obviamente, uma mediação tem como objetivo chegar a resultados, eles não podem ser impostos antes de a mediação se iniciar", afirmou o governante.
Por sua vez, o porta-voz da ANTRAM, André Matias de Almeida, afirmou que o Sindicato Nacional dos Motoristas de Matérias Perigosas (SNMMP) recusou o processo de mediação, apesar de a associação patronal estar disponível para debater "quase tudo".
"Hoje deixámos aqui um documento de manhã onde abríamos quase tudo à mediação. Fomos chamados [esta noite] ao Ministério das Infraestruturas para sermos informados de que o sindicato não aceita a mediação e quer impor aumentos salariais e o pagamento de horas suplementares, e isso não é um processo de mediação", disse o porta-voz da Antram aos jornalistas.
Já o advogado do SNMMP, Pedro Pardal Henriques, referiu à saída da reunião com o Governo que a ANTRAM "não quis evitar uma possível greve por 50 euros".
"A Antram não quis evitar estas novas formas de luta ou uma possível greve por 50 euros", afirmou o representante do SNMMP.
Pedro Pardal Henriques defendeu que o sindicato quis assegurar que um possível processo de mediação não começaria sem "dois pedidos essenciais", que fossem valorizados os trabalhadores e que recebessem pelo trabalho que fazem.
O Governo aprovou na segunda-feira, em reunião eletrónica do Conselho de Ministros, o fim da crise energética declarada há 10 dias devido à greve de motoristas de pesados, a partir das 23h59 desse dia.
No domingo, o SNMMP decidiu, em plenário, desconvocar a greve, que se iniciou no dia 12.
A paralisação foi inicialmente convocada pelo SNMMP e pelo SIMM, mas este último desconvocou o protesto na quinta-feira à noite, após um encontro com a Antram sob mediação do Governo.