Em entrevista à Lusa no âmbito das celebrações do 100.º aniversário da LQP, José Eduardo Costa, presidente executivo do grupo da LQP, revelou que a faturação em 2018 ultrapassou os "quatro milhões de euros", aumentado mais de 20 vezes em relação a 2012, ano que adquiriu a marca e que faturou 190 mil euros.
Nascida no Porto em 1920, na Praça Guilherme Gomes Fernandes, a loja mãe da Leitaria da Quinta do Paço mantém-se há quase 100 anos no mesmo local.
Dados da faturação do grupo LQP indicam que em 2012 registou uma faturação de 190 mil euros, em 2013 aumentou para 675 mil euros e em 2014 atinge 1,2 milhão de faturação. A tendência tem sido sempre a aumentar a facturação e em 2017 já tinha atingido os três milhões de euros.
O aumento da faturação nesta última meia dúzia de anos justifica-se com a abertura de seis lojas franchisadas - Porto (duas), Matosinhos, Lisboa, Almada e Oeiras - e que conseguiram manter a receita original dos bolos, especialmente a "frescura do 'chantilly'" e que dá a "magia" àquelas iguarias, explicou José Eduardo Costa, que comprou a loja da Baixa do Porto com a mulher, Joana Ramalho, em plena crise financeira de Portugal.
Em 2012, a única loja que existia na altura dava emprego a 15 pessoas. Atualmente nas sete lojas que existem espalhadas pelo país o grupo tem 130 postos de trabalho.
O plano para aumentar no futuro o número de lojas franchisadas com carimbo LQP está traçado e a próxima loja a abrir é em "meados de setembro", em Braga, no Largo de S. Francisco.
Está também em curso a abertura de uma Leitaria da Quinta do Paço em Sintra, distrito de Lisboa, e outra em Coimbra, onde será feita "uma pequena fábrica".
A ambição dos proprietários da LQP é continuar a expandir o negócio e abrir uma nova loja na Baixa de Lisboa e outra no Mercado do Bolhão (Porto), cuja obra de reabilitação está em curso.
José Eduardo Costa lamenta o facto de o município do Porto "não estar a olhar para a Leitaria da Quinta do Paço da mesma forma como publicita outros estabelecimentos, como o Café Piolho" ou o "Café Majestic" e frisa que as cidades "vivem do que têm de original".
"O Porto tem a francesinha, o Douro, a Torre dos Clérigos e as escadas do Harry Potter [na Livraria Lello]. Só que quanto mais coisas tiver, mas competitivo é", argumentou o presidente executivo, constatando que há cidades que têm especialidades inferiores às da Leitaria que as "gritam ao mercado", porque é mais um fator de "atração" e "diferenciador".
O 'best-seller' da LQP é o éclair e o segundo produto-chave é a bola de Berlim, seguidos depois pelo 'chantilly' vendido em porções. A manteiga, o queijo, iogurtes e sobremesas lácteas são outros lacticínios expostos nas vitrines das leitarias.
Na loja mãe da LQP, localizada na Praça Guilherme Gomes Fernandes, no Porto, vende-se, uma média, de 800 éclairs por dia, um valor que duplica aos sábados e domingos, contou a diretora de marketing da Leitaria, Alexandra Sotto Maior.