Presidente da Fed de Saint Louis (Missouri), Bullard foi um dos primeiros membros do comité a defender uma descida das taxas de juro devido à inflação moderada e à tensão comercial.
Em entrevista à AFP, o responsável disse que a Fed não pode "de forma realista mudar a sua política monetária após cada ameaça de um lado ou de outro", no contexto do conflito comercial entre China e Estados Unidos.
Após a descida de um quarto de ponto percentual nas taxas de juro decidida no passado dia 31 de julho, a primeira em 11 anos, as taxas de juro ficaram agora entre 2% e 2,25%.
Mas, os mercados financeiros continuam à espera de novos cortes até ao fim do ano, numa altura em que a tensão comercial entre Estados Unidos e China sobe de tom, com a desvalorização da moeda chinesa e as acusações norte-americanas de manipulação do yuan.
"As ameaças vêm dos dois lados, algumas têm efeitos, outras não. Já temos em conta um nível elevado de incerteza", declarou, em alusão à forma como são tomadas as decisões.
Questionado sobre a independência do banco central, que tem sido constantemente pressionado pelo Presidente norte-americano Donald Trump, para baixar os juros, Bullard assegurou que a Fed "toma as decisões como sempre tomou".