Desde início do ano que se tem falado da responsabilização de ex-administradores por parte da CGD, relativamente a operações aprovadas que se revelaram ruinosas para o banco público, tendo mesmo o Governo dado indicação ao banco para fazer essa análise.
Em maio, Paulo Macedo tinha dito que eventuais processos sobre ex-gestores da CGD avançariam depois do verão.
Questionado hoje sobre esse tema, o gestor disse que este é um processo que tem muitas fases e fez questão de elencar os 10 prosseguimentos que estão a ser seguidos, caso da análise jurídica dos casos, análise financeira, análise de informação sobre processos-crime e sobre contraordenações ou contraditório, para as pessoas em causa se poderem defender, até o banco poder apresentar propostas de responsabilização ao acionista (o Governo, em nome do Estado).
Questionado sobre em que ponto está a CGD nesse processo e o tempo que ainda demorará, Macedo não foi preciso.
O ex-ministro da Saúde (do Governo PSD/CDS-PP, liderado por Passos Coelho) repetiu a ideia de que a Caixa "não é um órgão de justiça criminal, não é juiz".
E acrescentou: "Fará o seu trabalho, mas não por causa de a notícia sair no jornal".
A CGD tem três sociedades de advogados (Vieira de Almeida, Linklaters e Serra Lopesa) a ajudá-la neste processo de avaliar a responsabilidade de ex-gestores e avançar com eventuais processos de responsabilidade civil, com vista ao banco ser ressarcido dos danos.