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Privatização da TACV salvou "um morto", venda da Electra também avança

O primeiro-ministro cabo-verdiano afirmou hoje que a venda da transportadora aérea TACV permitiu "salvar um morto", prometendo avançar ainda este ano com a subsidiação das tarifas internas e a privatização da companhia de eletricidade e água (Electra).

Privatização da TACV salvou "um morto", venda da Electra também avança
Notícias ao Minuto

07:25 - 30/07/19 por Lusa

Economia Cabo Verde

A posição foi assumida por Ulisses Correia e Silva, em entrevista à agência Lusa, na cidade da Praia, na véspera do anual debate sobre o estado da Nação, que se realiza quarta-feira na Assembleia Nacional.

"É um balanço muito positivo, primeiro porque salvamos um morto. Morto ou em estado vegetativo, de 'per si' já é uma grande vitória", disse o primeiro-ministro, sobre a empresa, anteriormente designada por TACV (Transportes Aéreos de Cabo Verde).

Em março, o Governo vendeu 51% da TACV por 1,3 milhões de euros à Lofleidir Cabo Verde, uma empresa detida em 70% pela Loftleidir Icelandic EHF e em 30% por empresários islandeses com experiência no setor da aviação.

Para o Governo cabo-verdiano, a alternativa à privatização seria a sua liquidação, a qual custaria mais de 181 milhões de euros.

Segundo o primeiro-ministro, o conceito encontrado, e que prevê o denonimado 'hub' internacional na ilha do Sal, "cria viabilidade" para a companhia, que antes da privatização, disse ainda, representava um "buraco" mensal, para o Estado, de três milhões de euros.

"Você não conhece nenhum país do mundo com 500.000 habitantes e um PIB 'per capita' de 4.000 dólares com um Boeing. Não tem escala, dimensão e rendimento. O grande problema da TACV era o mercado. O 'hub' [do Sal] vem criar mercado, é um mercado de milhões, no Brasil, na Europa, na América e em África", apontou Ulisses Correia e Silva.

No mesmo sentido, o primeiro-ministro garantiu que até ao final deste ano ficará concluído o pacote legislativo para a privatização da empresa pública Electra: "Também para fazer com que o investimento que é necessário na eletricidade, na energia, não seja um investimento do erário público", explicou, embora sem adiantar o modelo de privatização para a companhia pública de eletricidade e água.

A companhia entretanto denominada de Cabo Verde Airlines (CVA) transportou 40.857 passageiros entre março e maio, logo após a venda da posição maioritária do Estado cabo-verdiano, um aumento homólogo de 30%, e já prevê alargar as ligações internacionais a Luanda, Washington, Lagos (Nigéria) e Porto Alegre (Brasil).

Os números foram avançados em declarações à agência Lusa, em 26 de julho, pelo presidente e diretor executivo da CVA, Jens Bjarnason, e comparam, acrescentou, com os 31.421 passageiros transportados nos mesmos três meses de 2018.

A frota atual da CVA é composta por três Boeing 757-200, com a companhia aérea cabo-verdiana a garantir ligações do arquipélago para Dakar, Lisboa, Paris, Milão, Roma, Boston, Fortaleza, Recife e Salvador.

Entretanto, a CVA prevê reforçar a frota com dois Boeing 757-200 adicionais a partir de novembro.

Sobre as críticas generalizadas às tarifas aplicadas nas ligações aéreas inter-ilhas, que apesar de ser um mercado concorrencial conta apenas com uma companhia, a Binter, o primeiro-ministro afirma que uma parte do problema será minimizado com a recentemente aprovada proposta de lei que regula o regime jurídico de fixação e atualização das estruturas de tarifas aéreas aplicáveis no transporte aéreo regular doméstico de passageiros.

Desde logo, através da "possibilidade de subsidiação" da tarifa, sempre que a viagem, entre ilhas, não seja direta e que obrigue a escalas, como acontece atualmente.

"Só o subsídio do Estado é que consegue garantir isso", salientou.

A prioridade, assegurou, passa por "salvaguardar" uma "boa regulação no setor", a "rentabilidade do operador" -- caso contrário "entra em falência, como tivemos no passado" -, e atribuir, através do Estado, "compensações e regularizações que o próprio mercado não consegue satisfazer".

Acrescentou que o 'hub' na ilha do Sal, a prevista concessão a privados da gestão dos aeroportos, ainda este ano, e o crescimento do setor do turismo vão criar "necessidade de ligações internas", o que acabará por "despertar o interesse de outros operadores" para os voos domésticos.

"O mercado está aberto, mas não se deve esquecer a dimensão deste mercado e a sua fragmentação. E não é líquido que se houver dez operadoras que o preço baixa", alertou, sublinhando que o mercado de Cabo Verde, para os voos domésticos, é ainda "reduzido e de baixo rendimento".

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