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Fecho de balcões traz renacionalização dos CTT ao debate político

Os CTT estiveram 'debaixo de fogo' nesta legislatura, na sequência do fecho de balcões e do incumprimento de indicadores de qualidade, o que trouxe a renacionalização a debate e culminou na saída de Francisco de Lacerda da presidência executiva.

Fecho de balcões traz renacionalização dos CTT ao debate político
Notícias ao Minuto

11:10 - 18/07/19 por Lusa

Economia Legislatura

Totalmente privatizados desde setembro de 2014, os CTT - Correios de Portugal, com concessão do serviço postal universal até dezembro de 2020, têm estado na ordem do dia devido ao fecho de balcões e reclamações e com várias greves nestes últimos quatro anos.

Francisco de Lacerda, presidente executivo dos CTT até maio último, foi o 'rosto' da privatização dos Correios, preparando a empresa para a entrada em bolsa. Foi sob a sua presidência que arrancou o Banco CTT, um aposta dos Correios numa altura em que o setor assiste a um decréscimo do tráfego do correio.

Em dezembro de 2017, a empresa apresentou o seu plano de reestruturação -- denominado Plano de Transformação Operacional --, o qual previa a redução de cerca de 800 trabalhadores em três anos e a otimização da implantação de rede de lojas através da conversão de lojas em postos de correio ou do fecho de lojas com pouca procura, entre outras medidas.

Na altura, em declarações à Lusa, Francisco de Lacerda garantiu que os Correios de Portugal iriam "manter a qualidade" do serviço postal universal, mas a Autoridade Nacional das Comunicações (Anacom) não partilhou da mesma visão.

No início do ano, o regulador considerava que, dado o ritmo do encerramento de lojas dos CTT, o número de concelhos sem estações de correio em 2019 poderia superar o de 2018.

Em 10 de janeiro, a Anacom afirmou que em 2018 os encerramentos de estações de correios pelos CTT "levaram a que tenham subido para 33 os concelhos em Portugal que já não têm estações de correios", sublinhando que, até 2017 e desde 2013, "apenas existiam dois concelhos sem estações de correios".

Foi esta informação que reacendeu a discussão no parlamento sobre o tema e levou PCP, Bloco de Esquerda (BE) e PEV a avançarem com propostas de reversão dos CTT para a esfera do Estado.

Em 21 de fevereiro, PCP, BE e PEV defenderam a renacionalização dos Correios de Portugal, traçando um quadro negro da atual situação e funcionamento da empresa privatizada durante o governo PSD/CDS-PP.

Entretanto, em 10 de maio, a Anacom considerou que, mais uma vez, os CTT tinham falhado indicadores de qualidade em 2018, o que levou a que 6,5 milhões de cartas chegassem ao destino mais tarde do que estava previsto.

Nesse mesmo dia, Francisco de Lacerda anunciou a sua renúncia aos cargos de vice-presidente do Conselho de Administração e presidente da Comissão Executiva, antes do final do mandato, "por entender ser do interesse da sociedade proceder a uma transição da liderança da equipa executiva dos CTT nesta fase", em que se encontravam "consolidados os três pilares críticos da estratégia aprovada para o mandato 2017/19".

Em 13 de maio, o Conselho de Administração designou João Bento presidente executivo para cumprir o mandato. O responsável já era vogal do Conselho de Administração dos CTT.

O novo presidente executivo 'herdou' dossiês 'quentes', nomeadamente os indicadores de qualidade, a questão do encerramento de balcões, bem como o contrato para o serviço universal postal, que termina em dezembro de 2020.

Entre os principais desafios do novo líder dos CTT está em compatibilizar o número de balcões dos CTT com a queda generalizada e inevitável do tráfego do correio.

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