A lista dos devedores sem nome que geraram perdas de vários milhões
Em causa estão as dívidas dos 'grandes' clientes da Caixa Geral de Depósitos, BES/Novo Banco, Banif, BPN, BCP e BPI, bancos que desde 2007 já foram apoiados em 24 mil milhões de euros com fundos públicos.
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Economia Devedores
O Banco de Portugal (BdP) divulgou na terça-feira a lista agregada dos grandes devedores dos bancos que recorreram a ajuda pública, informação em que não consta o nome dos clientes incumpridores e que implica limitações na interpretação dos dados.
A informação está disponível no 'site' do BdP, neste link, e foi discutida entre o banco central e os deputados da comissão parlamentar de orçamento e finanças tendo sido acordado que seria divulgada publicamente esta semana.
A informação implica várias tabelas para cada banco e cada momento em que recorreu a ajuda pública (por exemplo, CGD e Banif recorreram mais do que uma vez).
Em cada tabela são indicados grupos económicos devedores (sem referir nomes, apresentando-os por códigos), o valor do crédito inicial, o capital reembolsado, a exposição à data da ajuda pública, as perdas registadas nos cinco anos anteriores, os tipos de garantias e a existência ou não de medidas feitas pelos bancos para tentar recuperar o dinheiro emprestado.
Já as imparidades (perdas potenciais) não são apresentadas por cada devedor, mas apresentado o valor agregado total dos grupos de devedores em cada banco, o que dá menos informação sobre a perda que determinado grupo deverá implicar para o banco em causa.
CGD tinha em 2017 perdas de 1.300 milhões
A CGD tinha em 2017, aquando da última recapitalização, 1.242 milhões de euros em imparidades e 1.334 milhões de euros em outras perdas geradas 16 grandes devedores, segundo a informação divulgada pelo Banco de Portugal.
Ainda em junho de 2017, em participações em instrumentos de capital, a CGD tinha 430 milhões de euros em imparidades e 576 milhões em outras perdas, para uma exposição de 1.184 milhões de euros nessa data.
No total, à data da última recapitalização (operação em que foi recapitalizada com quase 5.000 milhões de euros, dos quais 2.500 milhões de euros de injeção direta do Estado), o banco público tinha 1.672 milhões de euros em imparidades e 1.910 milhões de euros em outras perdas, de uma exposição total de 2.859 milhões de euros.
Devedores do Novo Banco geraram perdas de 3,5 mil milhões
O Novo Banco tinha em final de junho de 2018, à data da última injeção de dinheiros públicos, 3.542 milhões de euros em perdas causadas por mais de 30 devedores. Os mesmos devedores obrigaram ainda o Novo Banco a constituir 2.420 milhões de euros em imparidades (perdas potenciais).
A informação refere ainda as perdas do Novo Banco em final de 2014, ano em que foi criado para ficar com parte da atividade bancária do Banco Espírito Santo (BES).
CGD e Novo Banco com maiores perdas aquando da ajuda pública
A Caixa Geral de Depósitos e o Novo Banco são os bancos que mais perdas tinham com créditos de grandes devedores à data em que recorreram à ajuda do Estado, de acordo com o mesmo documento.
Quanto aos outros bancos referidos as perdas são bem menores. BCP e BPI recorreram a ajuda pública em junho de 2012, perante a necessidade de se recapitalizarem, tendo devolvido na totalidade.
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