Riscos crescentes exigem reforma ambiciosa da zona euro, diz Moscovici
O comissário europeu dos Assuntos Económicos e Financeiros afirmou que as previsões macroeconómicas de verão hoje divulgadas pelo executivo comunitário mostram a importância de uma reforma ambiciosa da zona euro, para a tornar mais resistente a riscos crescentes.
© Reuters
Economia previsões
Na apresentação das previsões intercalares de verão, nas quais a Comissão Europeia reviu em ligeira baixa a estimativa de crescimento da economia da zona euro para o próximo ano, antecipando que acelere muito moderadamente, de 1,2% do Produto Interno Bruto (PIB) este ano para 1,4% em 2020, Pierre Moscovici sublinhou que "a economia europeia continua a resistir a um ambiente externo menos favorável", pois cresce, ainda que a um ritmo mais moderado, pelo sétimo ano consecutivo, e em todos os Estados-membros.
No entanto, acrescentou imediatamente, "num contexto de incerteza mundial acentuada, de tensões comerciais importantes, existem riscos significativos" que ameaçam levar a novas revisões em baixa das projeções do executivo comunitário, "e qualquer escalada destes fatores pode prolongar o abrandamento do comércio mundial".
"Face aos numerosos riscos, que aumentaram claramente, temos de intensificar os nossos esforços para reforçar ainda mais a resiliência das nossas economias e a zona euro como um todo. É por isso que as reformas da zona euro são mais necessárias do que nunca e precisam de ser verdadeiramente ambiciosas", disse, em conferência de imprensa na sede da Comissão Europeia, em Bruxelas.
A reforma da zona euro, no quadro do aprofundamento da União Económica e Monetária, tem dominado o último ano de trabalho do fórum de ministros das Finanças da zona euro, o Eurogrupo, liderado por Mário Centeno, que na cimeira de líderes de junho passado viu 'renovado' o seu mandato pelos chefes de Estado e de Governo para continuar a trabalhar nessa matéria.
Moscovici lembrou que estas previsões intercalares, que contemplam apenas a evolução do PIB e a inflação, serão 'atualizadas' no início de novembro, com as previsões completas de outono, que já deverão ser apresentadas pelo seu sucessor -- " não sei quem será, mas fá-lo-á certamente muito bem", disse -, atendendo a que a 'Comissão Juncker' termina o seu mandato em 31 de outubro.
De acordo com o executivo comunitário, as suas previsões económicas de verão, hoje divulgadas, estão "ensombradas por fatores externos", designadamente "as tensões comerciais a nível mundial e incertezas de vulto em matéria de políticas", o que levou Bruxelas a retirar uma décima à sua anterior previsão de crescimento da zona euro para 2020 (nas previsões da primavera, divulgadas em maio, antecipava uma progressão de 1,5%), mantendo a do ano corrente em 1,2%.
Ao longo do último ciclo de previsões, Bruxelas tem procedido a sucessivas revisões em baixa do ritmo de crescimento da economia do espaço da moeda única, que abranda assim de forma vincada, no horizonte temporal de curto prazo (2019 e 2020), face aos valores de crescimento do PIB registados nos últimos quatro anos (2,1% em 2015, 1,9% em 2016, 2,4% em 2017 e 1,9% no ano passado).
Para o conjunto da União Europeia a 28, a Comissão manteve as suas previsões, que apontam para um crescimento de 1,4% em 2019 e de 1,6% em 2020.
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