Incerteza no 'Brexit' leva Bruxelas a manter estimativas para Reino Unido
A incerteza económica e política associada à saída do Reino Unido da União Europeia (UE) levou hoje a Comissão Europeia a manter as perspetivas de crescimento até 2020, voltando a alertar para o "fraco investimento privado" no país.
© DR
Economia UE/Previsões
Nas previsões económicas intercalares de verão, hoje divulgadas, o executivo comunitário volta assim a prever um crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) no Reino Unido de 1,3% este ano e em 2020, como já havia projetado nas estimativas de primavera.
No documento, Bruxelas aponta que "a criação de 'stocks' e outras medidas tomadas pelo Reino Unido para mitigar as incertezas em torno da saída [...] da UE [no âmbito do 'Brexit'] impulsionaram, temporariamente, o crescimento no primeiro trimestre deste ano".
Porém, a partir daí, estas medidas de mitigação "tiveram um efeito oposto, amortecedor, no crescimento económico", acrescenta.
Para este ano, Bruxelas aponta, por isso, que "o investimento privado deve permanecer fraco dada a incerteza sobre a natureza da futura relação comercial do Reino Unido com a UE".
Ao mesmo tempo, "as exportações líquidas devem continuar a contribuir negativamente para o crescimento devido à procura externa moderada".
Ainda assim, é esperado um "forte investimento público", assim como medidas de incentivo fiscal, que equilibram a 'balança' e permitem alcançar um PIB estável, segundo o executivo comunitário.
No que toca à taxa de inflação, baseada no índice de preços no consumidor, a Comissão Europeia prevê um abrandamento para 1,8% este ano e para 2% em 2020, quando previa 2% e 2,1%, respetivamente, nas anteriores previsões de primavera.
A justificar este abrandamento estão, segundo Bruxelas, os "preços mais baixos do petróleo" este ano, enquanto a taxa do próximo ano se deve a "pressões salariais sustentadas".
O país vive uma situação de incerteza devido ao 'Brexit', prevista para 31 de outubro, sem estar clarificado se haverá acordo.
O Reino Unido terá, em finais deste mês, um novo primeiro-ministro depois da anunciada demissão em junho último de Theresa May como líder conservadora e chefe do Governo, por não ter conseguido que o Parlamento britânico aprovasse o acordo do 'Brexit' negociado com a UE.
Os candidatos à sucessão de May à frente do Governo são o ex-ministro de Negócios Estrangeiros e antigo presidente da Câmara de Londres Boris Johnson, o favorito, e o atual titular do Foreign Office, Jeremy Hunt.
Descarregue a nossa App gratuita.
Oitavo ano consecutivo Escolha do Consumidor para Imprensa Online e eleito o produto do ano 2024.
* Estudo da e Netsonda, nov. e dez. 2023 produtodoano- pt.com