Bruxelas mantém estimativa de crescimento de Itália
A Comissão Europeia manteve hoje as previsões de crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) de Itália até 2020, mas alertou para os "riscos económicos pronunciados" dos próximos meses, nomeadamente no que toca à política fiscal.
© Reuters
Economia UE/Previsões
Nas previsões económicas de verão, hoje divulgadas, o executivo comunitário aponta um crescimento do PIB de Itália de 0,1% este ano e 0,7% em 2020, mantendo assim as estimativas de primavera, divulgadas em maio.
Porém, no documento, Bruxelas alerta Roma que os "riscos para as perspetivas de crescimento permanecem pronunciados, especialmente em 2020, quando a política fiscal enfrenta desafios particulares".
Aludindo às novas medidas propostas pela coligação governamental -- que integra a Liga e o Movimento 5 Estrelas --, a Comissão Europeia observa que, "ao longo do período em análise, o crescimento real do PIB deverá assentar largamente no consumo privado, apoiado por preços de energia mais baixos e pelo novo pacote de cidadania para os trabalhadores com baixos rendimentos".
Porém, "esses fatores positivos serão, provavelmente, temporários", salienta.
Relativamente a este ano, Bruxelas assinala a existência de "fatores temporários de apoio ao crescimento" nos primeiros meses do ano, nomeadamente nos setores industrial e da construção.
Contudo, "não é esperada uma recuperação significativa da atividade económica até final do ano", acrescenta.
Já em 2020, "a atividade económica deve recuperar moderadamente", o que Bruxelas atribui à "melhoria gradual do comércio global" e aos efeitos de calendário.
No que toca à inflação, baseada no índice de preços ao consumidor, a Comissão Europeia prevê um abrandamento face às previsões económicas da primavera, devendo fixar-se em 0,8% este ano e 1% no próximo, menos um ponto percentual do que nas anteriores estimativas.
O documento foi conhecido uma semana após a Comissão Europeia ter suspendido a proposta de Procedimento por Défice Excessivo à Itália, isto depois de o Governo de Roma ter adotado um orçamento que corrige desvios apontados.
Falando em conferência de imprensa nesse dia, o comissário europeu para os Assuntos Económicos e Financeiros, Pierre Moscovici, justificou a decisão do Colégio de Comissários com a adoção "de um orçamento para 2019 que incluiu correções a desvios que tinham sido identificados" e que violavam as regras de Bruxelas.
Segundo salientou, Roma mostrou, no orçamento adotado em 01 de julho, que "quer respeitar as regras do Pacto de Estabilidade e Crescimento" ao incluir uma correção para este ano no valor de 7,6 mil milhões de euros ou 0,42% do Produto Interno Bruto em termos nominais".
A Comissão Europeia anunciou, no entanto, que mantém Itália sob vigilância, nomeadamente "a execução do orçamento para a segunda metade do ano" e tenciona "avaliar muito detalhadamente o projeto de orçamento para 2020".
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