Com base no Inquérito de Conjuntura ao Investimento de abril deste ano, o INE refere que o aumento do investimento das empresas em 2019 (3,7%) foi revisto em baixa, tendo em conta a estimativa de 4,4% no inquérito de outubro de 2018, e que o crescimento em 2018 foi revisto em alta, tendo em consideração o resultado apurado no inquérito de outubro (1,9%).

O Inquérito de Conjuntura ao Investimento de abril, com período de inquirição entre 01 de abril e 25 de junho de 2019, indica ainda que entre os objetivos do investimento, perspetiva-se, entre 2018 e 2019, um aumento do peso relativo do investimento orientado para a racionalização e restruturação e para a extensão da capacidade de produção, com a consequente diminuição da importância relativa do investimento para outras finalidades e de substituição, continuando este último a ser, no entanto, o objetivo mais referido.

O INE indica também que "o principal fator limitativo do investimento empresarial identificado pelas empresas em 2018 e 2019 foi a deterioração das perspetivas de venda, seguindo-se, em ambos os anos, a incerteza sobre a rentabilidade dos investimentos".

Entre 2018 e 2019 prevê-se um aumento do peso relativo da deterioração das perspetivas de venda e uma redução do peso relativo da insuficiência da capacidade de autofinanciamento, indica ainda o INE.

Em relação ao aumento de 4,7% do investimento empresarial em 2018, o INE indica que considerando a dimensão das empresas por escalões de pessoal ao serviço, apenas as empresas pertencentes ao 1.º escalão (menos de 50 pessoas ao serviço) contribuíram negativamente para a variação do investimento em 2018, com uma diminuição de 4,0%.

"Em sentido oposto destacam-se as empresas pertencentes ao 4.º escalão (500 ou mais pessoas ao serviço) que, com um crescimento de 7,5%, registaram o contributo positivo mais significativo para a variação do investimento em 2018", especifica.

Para o crescimento do investimento empresarial de 3,7% em 2019, o INE refere que este se deve ao contributo positivo das empresas do 4.º escalão, em resultado de uma variação de 17,1%, seguindo-se o contributo das empresas do 2.º escalão (entre 50 e 249 pessoas ao serviço), com um aumento de 1,1% do seu investimento.

Em sentido oposto evoluíram as empresas do 1.º escalão e do 3.º escalão (entre 250 e 449 pessoas ao serviço), que apresentaram contributos negativos devido às reduções do investimento de 8,7% e 4,8%, respetivamente.

Em relação aos objetivos do investimento em 2018 e 2019, para o total das atividades, o investimento de substituição destacou-se como o principal objetivo, seguindo-se o investimento de extensão da capacidade de produção (37,0%) e os objetivos de outros investimentos e de racionalização e reestruturação representaram, respetivamente, 14,7% e 8,5% do total do investimento empresarial na média dos dois anos.

O peso relativo dos objetivos do investimento de racionalização e reestruturação e do investimento de extensão da capacidade de produção deverá aumentar entre 2018 e 2019, enquanto a importância relativa do investimento para outros fins e do investimento de substituição deverá diminuir, afirma o INE.