Centeno apela à responsabilidade orçamental do novo Governo grego

O presidente do Eurogrupo, Mário Centeno, recordou hoje a "mais traumática de todas as experiências vividas na Europa nos últimos anos" para pedir responsabilidade em matéria orçamental ao novo Governo grego, que será liderado pelo conservador Kyriakos Mitsotakis.

Centeno apela à responsabilidade orçamental do novo Governo grego

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Lusa
08/07/2019 15:13 ‧ 08/07/2019 por Lusa

Economia

Centeno

 

Referindo-se à agenda da reunião de hoje do fórum dos ministros das Finanças do espaço da moeda única em Bruxelas, Mário Centeno elucidou que um dos tópicos da mesma seria análise sobre o progresso na implementação das reformas e a situação económica da Grécia, elaborado pela Comissão Europeia.

"Não podemos esquecer que ontem [domingo] houve eleições na Grécia, o novo Governo começará hoje mesmo a ser formado e tomará posse entre hoje e amanhã [terça-feira], o que significa que num futuro próximo vamos voltar a esta questão já com o novo Governo", começou por dizer.

Ao ser instado a pronunciar-se sobre se espera que a Grécia, e nomeadamente o partido conservador Nova Democracia, tenham aprendido com as lições do passado, o presidente do Eurogrupo lembrou que hoje a área do euro funciona de "uma forma muito diferente do que funcionava antes da grande crise de 2007 e 2008 e depois das crises da dívida soberana seguintes", e que todos os países aprenderam "a importância de ter um processo de política económica, em particular de política orçamental, credível".

"Foi seguramente a mais traumática de todas as experiências vividas nos últimos anos na Europa, foi o maior conjunto de pacotes de ajuda externa alguma vez desenhados no mundo e na história. É muito importante ter a noção disso e da responsabilidade que isso coloca seguramente no novo Governo grego. Ninguém quer voltar a experienciar o que foram aqueles anos e aqueles dias de ajuda económica", vincou.

A Grécia, o país europeu mais atingido pela crise económica e financeira, foi o primeiro e último a pedir assistência financeira -- e o único "reincidente" --, e a conclusão do seu terceiro programa, em 20 de agosto, assinalou também o fim do ciclo de resgates a países do euro iniciado em 2010, e que abrangeu igualmente Portugal (2011-2014), Irlanda, Espanha e Chipre.

Face às características únicas da (tripla) assistência prestada ao país e às fragilidades que a sua economia ainda revelava, a Grécia foi e será alvo de uma "vigilância pós-programa reforçada", com missões de três em três meses, para garantir que Atenas prossegue, nesta nova era pós-resgates, uma "política orçamental prudente".

No domingo, após ser declarado vencedor das eleições antecipadas, com 39,8% dos votos, Kyriakos Mitsotakis assegurou que manterá a promessa de reduzir impostos, atraindo investimento e cortando burocracia para tornar a Grécia mais atrativa para negócios.

O líder do partido conservador Nova Democracia, que no domingo derrotou o partido de esquerda Syriza do até agora primeiro-ministro, Alexis Tsipras (31,5% dos votos), foi hoje investido como primeiro-ministro da Grécia numa cerimónia realizada no palácio presidencial em Atenas.

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