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Inquérito sobre ruído aos vizinhos do aeroporto de Lisboa só em 2020

A empresa Aeroportos de Portugal (ANA) só conta fazer em 2020 um inquérito sobre ruído às populações vizinhas do aeroporto de Lisboa, previsto no Plano de Ações de Redução de Ruído (PARR).

Inquérito sobre ruído aos vizinhos do aeroporto de Lisboa só em 2020
Notícias ao Minuto

21:34 - 04/07/19 por Lusa

Economia Aeroporto de Lisboa

A informação foi hoje dada à Agência lusa pela empresa que gere os aeroportos portugueses, em resposta a perguntas relacionadas com o ruído na área envolvente do aeroporto Humberto Delgado, em Lisboa.

Em fevereiro de 2018, no PARR então em consulta pública, a ANA propunha fazer um inquérito às populações vizinhas do aeroporto por causa do ruído. Passado quase um ano e meio a Lusa questionou a empresa sobre a proposta.

"Esta medida em concreto está incluída no PARR do aeroporto, para o período 2018-2023, encontrando-se a sua implementação planeada para 2020", respondeu fonte oficial, depois de salientar que o plano "é realizado com rigor e submetido" à Agência Portuguesa do Ambiente, que o ratifica.

Segundo a empresa, e, diz, por iniciativa do Aeroporto Humberto Delgado, foram, no entanto, implementadas outras medidas, uma delas de restrições operacionais no período noturno, relacionadas com "procedimentos operacionais que impliquem a emissão de níveis de ruído mais elevados", como testes de motores.

Depois foram também desenvolvidos estudos e implementados modelos e procedimentos para reduzir o ruído durante a aterragem e descolagem dos aviões, ou posto em prática um programa para que a sequenciação das partidas (de onde os aviões estão parqueados até à pista) seja feita com antecedência, para minimizar o ruído das aeronaves em terra.

Também questionada sobre os mapas de ruído a ANA esclareceu que segundo a lei (decreto-lei 146/2006) esses mapas são feitos de cinco em cinco anos e que o próximo só será feito em 2021 (o último disponível é de 2016).

O aeroporto de Lisboa, segundo as respostas da ANA, faz um controlo semestral de ruído em locais considerados mais sensíveis "em termos de perturbação do ambiente sonoro". "Neste caso, é efetuada a monitorização, em pontos específicos, não existindo mapas de ruído para o efeito", diz a ANA.

Quanto aos voos noturnos, nas respostas às perguntas da Lusa a empresa explica as restrições existentes, nomeadamente esclarecendo que "há determinado tipo de aeronaves que, devido ao ruído produzido, não podem aterrar ou deslocar-se durante a noite, entre as 00:00 e as 06:00".

"Todos os dias é atualizada uma base de dados por operador e por matrícula de aeronave (o mesmo tipo de avião pode ter uma matrícula que é classificada em determinado nível de voo e outra que sofreu alguma alteração e será enquadrada noutro nível de voo) que serve de base para se atribuir ou recusar um 'slot' solicitado para o período noturno.

As companhias conhecem a legislação e programam para o período noturno as aeronaves que podem operar de acordo com os limites de nível de ruído que produzem", diz a ANA.

Segundo a empresa não há neste momento "'slots' noturnos disponíveis quer em Lisboa quer no Porto". E acrescenta: "O limite semanal (91 movimentos em Lisboa) ou anual (2100 no Porto) não é ultrapassado, não sendo possível, atribuir um 'slot' noturno a mais do limite".

A ANA lembra no entanto que há "casos de força maior", que são excecionais e não contam para o limite (por exemplo devido a condições meteorológicas ou operações de emergência), mas que são todos identificados e alvo de relatórios enviados "às autoridades". E que há depois os "incumprimentos", que são penalizados, e os aviões que não têm restrições por serem pouco ruidosos (turboprops, a hélice por exemplo).

Nas perguntas à ANA a Lusa questionou também o ponto de situação sobre a distinção das companhias aéreas com melhor desempenho a nível de emissões de ruído, outra proposta do PARR, tendo a empresa respondido que estão "em curso os trabalhos de definição da metodologia e critérios de seleção a aplicar nesta matéria".

Mas diz que há medidas para sensibilizar as companhias aéreas para que procedam no sentido de minimizar o ruído, e se desencoraja a utilização de aviões mais barulhentos. A TAP, que representa maior tráfego em Lisboa, tem vindo a investir em aviões menos ruidosos, garante a ANA.

As perguntas da Lusa foram enviadas à empresa a 12 de junho (mas só respondidas hoje).

A 28 de junho o Ministério das Infraestruturas e Habitação anunciava em comunicado que a NAV -- Navegação Aérea de Portugal e a Força Aérea tinham acordado a libertação de "espaço aéreo militar de Sintra para a atividade civil", para facilitar a operação do aeroporto Humberto Delgado.

Um entendimento na sequência de uma resolução do Conselho de Ministros de 12 de junho e para que a operação no aeroporto Humberto Delgado tenha "melhorias significativas" já no próximo ano.

Na sexta-feira a associação ambientalista Zero lança uma campanha a que chamou "Decibéis a mais, o inferno nos céus", que consiste em 24 horas de monitorização de ruído de aviões na cidade de Lisboa.

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