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CGD volta atrás após 'recado' do BdP. Juros vão continuar a ser pagos

A decisão do banco público surge depois de o Banco de Portugal ter manifestado que se oponha à decisão.

CGD volta atrás após 'recado' do BdP. Juros vão continuar a ser pagos
Notícias ao Minuto

20:23 - 04/07/19 por Ana Lemos com Lusa

Economia Caixa Geral de Depósitos

Em pouco mais de 24 horas tudo mudou. Depois de o Banco de Portugal (BdP) ter feito saber que não concordava com a decisão da CGD de deixar de pagar juros abaixo de um euro, o banco liderado por Paulo Macedo informa, em comunicado citado pela Lusa, que "decidiu acolher a recomendação" do BdP.

"A CGD tomou boa nota da comunicação efetuada pelo Banco de Portugal. Em face da expetativa criada, a Caixa decidiu acolher a recomendação sobre a medida que entraria em vigor no dia 1 de agosto", afirma o banco público. Ou seja, agosto não trará quaisquer alterações ao que acontece atualmente aos clientes CGD.

Recorde-se que, no passado mês de junho, a CGD informou os seus clientes de que iria deixar de pagar juros abaixo de um euro e cortar as taxas de muitos depósitos. Mas, esta quarta-feira, o BdP 'entrou em ação'.

"O Banco de Portugal já transmitiu à CGD a sua posição relativamente à política de pagamento de juros de depósitos a prazo recentemente anunciada por esta instituição de crédito", disse fonte oficial do banco central à Lusa.

No comunicado divulgado esta quinta-feira à noite, em que recua na retenção de juros, o banco liderado por Paulo Macedo justificou a medida com "razões de natureza de eficiência operacional e não tanto por razões de rentabilidade", referindo que o objetivo era "minimizar o elevado número de lançamentos, muitas vezes dando origem a comunicação escrita, de montantes de baixa materialidade para os clientes".

A CGD diz que é "o principal banco promotor do aforro de clientes particulares" com produtos que promovem a poupança dos clientes e "uma remuneração nos depósitos superior à média do mercado, quer no 'stock' de poupanças quer em novas constituições, designadamente para as maturidades a seis meses".

A CGD faz ainda uma contextualização dos custos para os bancos do atual excesso de liquidez (designadamente excessivos depósitos que não transforma em crédito), referindo que ter dinheiro depositado junto do Banco Central Europeu tem um custo de 40 pontos base que tem levado bancos a baixarem a remuneração dos depósitos, isto quando os indexantes dos juros estão baixos e assim devem continuar.

Diz ainda a CGD que há bancos europeus que cobram para receber dinheiro dos clientes, casos de Alemanha, Suíça e Holanda. Em Portugal é proibido por lei taxas de juro negativas.

A CGD termina o comunicado a falar da "imaterialidade dos juros" das poupanças, a que associa um quadro com exemplos de poupanças e juros, demonstrando que uma poupança de 5.000 euros a seis meses refere juro de 27 cêntimos e a 12 meses de 54 cêntimos. Já com 25 mil euros de poupança varia entre 1,35 euros a seis meses e 2,70 a 12 meses.

Apesar desta resposta não indicar qual a posição manifestada ao banco liderado por Paulo Macedo, fonte do setor financeiro garantiu à Lusa que o BdP se manifestou contra a decisão da CGD.

Assim, a partir do dia 1 de agosto, a CGD não vai reter juros ilíquidos até um euro. Contas feitas, se o valor resultante da taxa de juro contratada for de 70, 50 ou cinco cêntimos, a CGD vai continuar a pagar.

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