Estratégia para agricultura biológica é "trabalho moroso"

A Estratégia Nacional para a Agricultura Biológica implica um "trabalho moroso e nem sempre fácil", sendo o observatório nacional para este tipo de produção o seu principal mecanismo de monitorização, garantiu à Lusa o presidente da direção da Agrobio.

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Lusa
30/06/2019 09:23 ‧ 30/06/2019 por Lusa

Economia

Agricultura

 

"O trabalho que tem sido feito é de colocar todos os serviços, o próprio Ministério [da Agricultura] e envolver outras organizações para reunir informação. É um trabalho moroso e nem sempre fácil", defendeu Jaime Ferreira, em declarações à Lusa.

Segundo o responsável da Associação Portuguesa de Agricultura Biológica (Agrobio), outro dos objetivos desta estratégia, apresentada em 2017, é a promoção e divulgação de informação técnica para os agricultores, de forma a melhorarem a rentabilidade das explorações.

"Um aspeto importante são as contas de cultura, por exemplo, [apurar] todo o custo para produzir uma cenoura biológica [...] desde que se mobilizam os tratores até que o produto chega ao prato", apontou.

Por outro lado, é importante mobilizar e coordenar as diversas entidades ligadas ao projeto para fazer vários tipos de ações de promoção nacional e internacional.

Adicionalmente, esta estratégia pretende simplificar algumas dificuldades burocráticas que se colocam aos agricultores que se dedicam a este modo de produção.

"É fundamental a existência de matadouros móveis para a produção animal, que vão ao encontro de produções em menor escala, sem que as pessoas tenham que se deslocar, implicando custos", exemplificou o presidente da direção da Agrobio.

Para monitorizar esta estratégia está já em funcionamento o observatório nacional da produção biológica, uma estrutura que reúne trimestralmente e da qual a Agrobio faz parte.

"Dados sobre mercados, investimentos e vendas são alguns dos que se pretendem apurar. Acredito que já existam, mas não estão organizados e contabilizados e há, às vezes, alguma resistência em dar esses dados", referiu Jaime Ferreira.

No início de abril, o Governo anunciou que este observatório estará pronto até julho, com toda a informação sobre este setor, que recebe 19 milhões de euros de apoio.

"É uma infraestrutura onde pretendemos ter toda a informação concentrada daquilo que são os trabalhos de investigação, trabalhos das escolas, os eventos, para qualquer pessoa que estiver interessada na agricultura biológica ir ali e encontrar e estará pronta até ao final deste semestre", anunciou, na altura, o secretário de Estado das Florestas e do Desenvolvimento Rural, Miguel João de Freitas.

O governante avançou que foi "lançado o concurso público para a construção desta infraestrutura, que terá toda a informação, desde a produção ao consumo, ou seja, pretende-se que haja um painel de consumidores que vão aferindo aquilo que é a qualidade, o consumo e o preço desses produtos junto do consumidor, dos distribuidores e produtores".

Miguel Freitas falava na cerimónia de assinatura da constituição de São Pedro do Sul como Bio Região e, consequentemente, de adesão à Rede Internacional de Bio Regiões que usa a sigla INNER, pela designação em inglês 'International Network of Eco Regions'.

Criada há 34 anos, a Agrobio dedica-se, sobretudo, a apoiar os agricultores e a promover a agricultura biológica junto dos consumidores, tendo também uma vertente ligada à educação ambiental.

Esta organização não-governamental conta, atualmente, com cerca de oito mil associados, entre agricultores e consumidores.

 

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