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Mario Draghi, o italiano que defendeu o euro

Mario Draghi marcou o seu mandato como presidente do Banco Central Europeu (BCE) quando afirmou em julho de 2012, em plena crise, que faria o que fosse preciso para defender o euro.

Mario Draghi, o italiano que defendeu o euro
Notícias ao Minuto

11:18 - 16/06/19 por Lusa

Economia BCE

"Durante o nosso mandato, o BCE está preparado para fazer o que for necessário para preservar o euro e acreditem que isso será suficiente", disse Draghi em Londres, numa conferência de investidores.

Draghi, que cessa funções no fim de outubro, estará em Portugal nos próximos dias para participar pela última vez como presidente do banco central no Fórum do BCE que decorre em Sintra.

Antigo governador do Banco de Itália, Draghi assumiu a presidência do BCE em novembro de 2011 e conseguiu ao longo de oito anos alargar a ação do banco central, que tem como principal objetivo garantir a estabilidade dos preços, com uma inflação próxima mais abaixo de 2%.

Logo no início do seu mandato, o BCE inverteu a decisão de subir as taxas de juro e começou a descê-las, uma trajetória que continuou, com os juros a fixarem-se, em março de 2016, em mínimos históricos que se mantêm até agora.

A era Draghi no BCE ficará também marcada pela decisão do banco central de lançar, no início de 2015, com a zona euro a enfrentar a ameaça de deflação, um programa alargado de compra de ativos, sobretudo de dívida pública, que contribuiu para estimular a economia e aliviar os juros da dívida nos países do euro, em particular os do sul, com finanças públicas mais frágeis.

O programa de compra de dívida esteve em vigor durante quase três anos e só terminou em dezembro de 2018, tendo o banco central adquirido 2,6 biliões de euros em ativos.

Mario Draghi nasceu em Roma em 03 de setembro de 1947. Licenciado pela Universidade de Roma, doutorou-se em Economia no Massachussets Institute of Technology, com supervisão do Nobel Franco Modigliani, tendo posteriormente dado aulas na Universidade de Florença e nas universidades de Trento, Pádua e Veneza.

Quando assumiu o cargo no BCE, a imprensa internacional destacava o seu perfil discreto, afirmando que era um "mistério" mesmo para os seus compatriotas.

Mas, nessa altura, Draghi já tinha ocupado vários cargos públicos, desde diretor-executivo do Banco Mundial, entre 1984 e 1990, a diretor-geral do Tesouro italiano, função que desempenhou durante 10 anos (de 1991 a 2001). Em 1997 e 1998 foi presidente da comissão que reviu a legislação empresarial e financeira italiana, elaborou a lei que regula os mercados financeiros italianos e de 1993 a 2001 foi presidente da comissão de privatizações italiana.

Esteve três anos em cargos dirigentes no banco norte-americano Goldman Sachs antes de assumir funções como governador do Banco de Itália, entre 2006 e 2011.

Em 2014, Draghi surgiu na lista das pessoas mais poderosas do mundo da revista Forbes na oitava positiva e a Fortune classificou-o em 2015 como o segundo líder a nível mundial.

Foi também em 2015 que Draghi, habitualmente imperturbável e tranquilo nas conferências de imprensa do banco central, pareceu assustado quando uma ativista o 'atacou' com 'confettis' exigindo o fim "da ditadura do BCE", no momento em que o presidente da instituição lia o comunicado com as decisões da reunião desse 15 de abril.

Em 2016, o Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, convidou-o a participar na primeira reunião do Conselho de Estado que convocou e Draghi foi a Belém, onde elogiou o empenho de Portugal em cumprir os compromissos com a União Europeia e defender que não fossem anuladas reformas anteriores.

A poucos meses do final do mandato de Mario Draghi, o BCE continua a prometer prolongar até ao primeiro semestre de 2020 os juros baixos, sem descartar a possibilidade de recorrer a outras medidas.

Há uma semana, numa conferência de imprensa na capital da Lituânia, Vilnius, Draghi explicou que a política monetária do BCE está longe de uma normalização porque o resto do mundo também está longe da normalidade.

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