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Vara: Decisões que se tornaram "disparates" e a mudança sem "nexo causal"

Na comissão de inquérito que teve lugar esta sexta-feira, Armando Vara falou sobre um suposto empréstimo ao empreendimento Vale do Lobo, enquanto estava na CGD, a sua mudança da Caixa para o BCP e ainda o empréstimo do banco privado à Fundação Joe Berardo.

Vara: Decisões que se tornaram "disparates" e a mudança sem "nexo causal"
Notícias ao Minuto

09:39 - 15/06/19 por Notícias Ao Minuto com Lusa

Economia Caixa Geral de Depósitos

Armando Vara foi ouvido esta sexta-feira na segunda comissão parlamentar de inquérito à recapitalização e gestão do banco.  O ex-administrador da Caixa Geral de Depósitos (CGD) - que se encontra detido desde janeiro deste ano após condenação no processo Face Oculta - foi nomeado administrador da Caixa Geral de Depósitos em 2006, para a equipa presidida por Carlos Santos Ferreira, tendo ambos depois transitado para o BCP em 2008.

Em cima da mesa, esteve em discussão a concessão de crédito ao empreendimento de Vale do Lobo - que integra a Operação Marquês - sustentando a acusação do Ministério Público que Vara terá recebido um milhão de euros para favorecer as condições do crédito ao 'resort'.

Vara disse logo no início da audição que não ira responder a questões sobre o financiamento ao Vale do Lobo, mas adiantou que toda a administração da CGD deu 'luz verde' ao empréstimo.

"Não pense que todas aquelas decisões foram tomadas de ânimo leve", disse o antigo administrador da CGD Armando Vara, em resposta às questões colocadas pelos deputados. "Se tivéssemos imaginado que algum daqueles créditos não iria ser honrado, não o tínhamos concedido. O que aconteceu é que houve uma crise nas finanças internacionais a que Portugal não podia ficar imune", garantiu.

Mais adiantou que "é muito fácil 12 ou 13 anos depois acharmos que aquilo era um disparate. Mas na altura não era assim", considerando que na altura seria "uma boa oportunidade" para o banco público.

'Adeus' CGD, 'Olá' BCP. Uma mudança que hoje não existiria

Em cima da mesa esteve também a transferência de Vara da CGD para o BCP, mudança que o antigo governador garantiu que não voltaria a fazer, se soubesse que esta transferência seria colocada num quadro de “assalto” do poder ao banco privado.

Afirmou, ainda, que os empréstimos para financiar ações do BCP foram uma "coincidência" e que não há "nexo causal" com a sua ida para o banco privado.

Armando Vara disse ainda que, quando saiu da CGD para o BCP, em 2008, o banco público tinha "menos de 5%" de ações do banco privado.

Mais tarde, questionado sobre o facto da Caixa ter concedido crédito às sociedades ligadas ao empresário José Berardo para aquisição de ações do BCP, aumentando a sua exposição indireta ao banco privado, Armando Vara disse que as operações foram votadas por um "órgão colegial".

"Essas operações, quase todas, foram votadas por todo o conselho de crédito. Eu não enjeito responsabilidades nessas decisões, mas todos fazíamos parte de um órgão colegial, onde as decisões se tomavam sempre por consenso", disse Vara, 

O empréstimo a Joe Berardo

Relativamente à  aprovação ou não por parte da administração de Vítor Constâncio do aumento de posição no BCP e a sua ligação com o crédito de 350 milhões de euros concedido à Fundação José Berardo, Vara garante que "não conhecia pessoalmente" o empresário José Berardo e que "não tinha nenhuma relação com ele", situação que só aconteceu depois da sua ida para o BCP.  

Defendeu, contudo, que o Banco de Portugal (BdP) "não tinha de se meter" nos créditos à Fundação José Berardo, defendendo o papel do ex-governador Vítor Constâncio

"O que o Banco de Portugal tinha de fazer naquele caso era dizer se sim ou se não" ao aumento de capital no BCP e não pronunciar-se sobre o crédito concedido pela Caixa Geral de Depósitos (CGD), afirmou 

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