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Milhões a Berardo? "Não me lembro de nada", diz Constâncio no Twitter

O antigo vice-presidente do Banco Central Europeu (BCE) disse, esta sexta-feira, que não foi confrontado com a acusação de ter validado um crédito ruinoso a José Berardo, adiantando também que o Banco de Portugal (BdP) não tem interferência neste tipo de decisões.

Milhões a Berardo? "Não me lembro de nada", diz Constâncio no Twitter
Notícias ao Minuto

13:47 - 07/06/19 por Noticias ao Minuto com Lusa

Economia BdP

"Não fui questionado sobre isso e ainda estou a investigar. Não me lembro de nada disso há 15 anos e normalmente o supervisor (como instituição) não tem interferência em operações concretas dessa natureza", disse Vítor Constâncio, numa publicação na sua conta oficial do Twitter. 

Em causa está a notícia avançada pelo jornal Público, esta sexta-feira, que dá conta que Vítor Constâncio, omitiu aos deputados que em 2007 - altura em que era governador do BdP - validou um crédito ruinoso da Caixa Geral de Depósitos (CGD) a José Berardo no valor de 350 milhões de euros.

Conta também o Público que o objetivo de Berardo em pedir aquele dinheiro emprestado era reforçar a posição no Banco Comercial Português (BCP), numa altura em que estava no terreno a luta pelo controlo da instituição.

A operação, no valor de 350 milhões de euros, foi aprovada pelo Conselho de Administração do BdP, conforme a documentação a que o jornal teve acesso.

Mas, e para dar uma "oportunidade" a Vítor Constâncio de reavivar a sua memória, os deputados da comissão parlamentar de inquérito à recapitalização e gestão da Caixa Geral de Depósitos (CGD) aprovaram, esta tarde de sexta-feira, uma nova audição ao ex-governador do Banco de Portugal (BdP).

Antes da audição ao ex-administrador da CGD Jorge Tomé, os grupos parlamentares aprovaram a audição por unanimidade, depois de Constâncio ter estado no Parlamento no dia 28 de março.

Nessa audição, e em resposta ao deputado do PSD Duarte Marques, que lhe tinha perguntado se "não achou estranho" o "assalto ao BCP com dinheiro da Caixa", Constâncio afirmou: "Eu não teria feito essas operações [de concessão de crédito com ações como garantia], mas elas foram legais". Já em resposta ao deputado do PCP Duarte Alves, disse que era "claro" que o Banco de Portugal "só tinha conhecimento delas [das operações] depois".

"Como é óbvio. É natural. Essa ideia de que pode conhecer antes é impossível", disse então o ex-vice-presidente do Banco Central Europeu (BCE), acrescentando que o supervisor não podia "interferir nessa decisão", e que não se podia "avaliar as coisas com o conhecimento que se teve depois como admitindo que ele tinha que existir antes. Não poderia existir", disse então Vítor Constâncio.

Recorde que, em 2015, segundo uma auditoria da EY à CGD, a exposição do banco público à Fundação José Berardo era de 268 milhões de euros, depois de uma concessão de crédito de 350 milhões de euros para compra de ações no BCP, dando como garantia as próprias ações, que desvalorizaram consideravelmente e geraram grandes perdas para o banco.

[Notícia atualizada às 16h59]

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