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"Sindicatos não representam os trabalhadores e os políticos também não"

A economista Teodora Cardoso, ex-presidente do Conselho de Finanças Públicas, criticou hoje a falta de informação disponível em Portugal sobre reformas e defendeu que nem sindicatos nem políticos representam a vontade dos portugueses nesta matéria.

"Sindicatos não representam os trabalhadores e os políticos também não"
Notícias ao Minuto

14:16 - 23/05/19 por Lusa

Economia Teodora Cardoso

"Uma das razões por que os portugueses poupam pouco é por não terem a noção do rendimento" que vão ter no futuro, afirmou hoje em Lisboa Teodora Cardoso, numa conferência intitulada "Longevidade e os Desafios da Poupança Após a Reforma".

A ex-presidente do Conselho de Finanças Públicas ressalvou as melhorias feitas na disponibilização de informação sobre o valor das reformas que os contribuintes terão direito, lembrando que a Segurança Social já disponibiliza no seu 'site' esses dados, mas apesar disso "há ainda muita dificuldade" em aceder a informação.

"É um problema de transparência, que é importante para a definição das políticas e para a vida pessoal de cada um", disse, acrescentando que esta falta de informação" é uma falha grave".

Teodora Cardoso defendeu ainda que "há divergência" entre a perceção das pessoas e a dos políticos quanto ao futuro das pensões e reformas.

"Os sindicatos não representam os trabalhadores e os políticos também não", disse, explicando que os sindicatos estão sempre a pedir antecipação da idade da reforma, embora muitos portugueses concordem que têm de se reformar mais tarde para poder ter um valor mais elevado de reforma nessa altura.

A economista disse ainda, quanto aos sindicatos e aos políticos, que as ideias defendidas sobre a reforma apresentam uma "discrepância" face às perceções das pessoas, mas "são sempre apresentadas como boas intenções".

Teodora Cardoso referiu o "bom exemplo" da Suécia, que reformou o seu sistema de pensões, e onde todos os anos se recebe uma carta a informar o valor da pensão a que tem direito se se reformasse nesse ano.

"Em Portugal temos de andar a pedir informação e descobrimos, às vezes, que não está certa. Há muito a fazer", concluiu Teodora Cardoso, salientando o importante papel dos pensionistas que "ajudam muito" a família.

Esmagadora maioria dos pensionistas insatisfeita com valor da reforma

No encontro de hoje, em Lisboa, foram divulgadas as conclusões da VI sondagem do Instituto BBVA de Pensões, que mostram que a grande maioria dos pensionistas (92%) está insatisfeita com o valor da sua pensão que, em média, é de 605 euros, correspondendo a 62,1% do seu último salário.

Baseado em mil entrevistas telefónicas em fevereiro, a pessoas com 60 ou mais anos de idade, o estudo mostra que 44% dos pensionistas conheceram o valor da pensão antes de a receber e, destes, 83% teve conhecimento com uma antecedência inferior a seis meses em relação à data da reforma.

O valor médio da pensão é de 605 euros, segundo o estudo, e começou a ser atribuida, em média, aos 61 anos de idade.

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